Cine PE 2018 | Dia 2 – Curtas-Metragens
O segundo dia de Cine PE – que contou também com uma homenagem à atriz Cássia Kis – foi o dia de curtas mais fraco até então. No entanto, o emocionante documentário sobre um senhor que, motivado pela paixão do cinema, vive um personagem durante a maior parte de sua vida. Confira:
MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS- METRAGENS PERNAMBUCANOS (MOSTRA PE)
UMA BALADA PARA ROCKY LANE (PE) – Documentário – 20 min.
Sinopse: Arcoverde, sertão de Pernambuco. Um homem conheceu o cinema, trabalhou no cinema e viveu para o cinema. No início dos anos 80 o cinema fechou, e essa foi a maior tragédia de sua vida. Rocky Lane viveu o dilema entre manter a sua própria fantasia ou se despir do personagem e assumir sua identidade real, que pouca gente conhece
Direção: Djalma Galindo
Daqueles que reforçam a paixão pela sétima arte, o documentário em curta-metragem Rocky Lane demonstra como o cinema transforma vidas e constrói sonhadores. Seu protagonista, um senhor que acredita ser um cowboy de ação dos anos 50, devota sua vida inteira a viver aquele mito, inspirando – e divertindo – todos ao seu redor. Os depoimentos dos anônimos são cômicos e até mesmo comoventes, já que, de alguma forma, a paixão desse senhor contagiou todos os outros habitantes. O “você tem que viver na realidade” que a filha de Rocky diz em um momento fica sem resposta, pois para Rocky Lane, o mundo real – e a pobreza da pequena cidade onde vivia – era faz-de-conta.
MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS- METRAGENS NACIONAIS
TEODORA QUER DANÇAR (MT) – Ficção – 23 min.
Sinopse: Um jovem bem sucedido desestrutura a sua carreira ao se apaixonar por uma mulher misteriosa e buscar um amor que ele nunca poderá viver. O filme é uma leitura contemporânea de uma lenda urbana de Cuiabá onde uma mulher de máscara seduzia os rapazes nos bailes da década de 40.
Direção: Samantha ColDebella
Teodora Quer Dançar possui bons valores de produção, uma fotografia competente e um roteiro cliché que poderia funcionar se a entrega do texto por seus atores fosse melhor. Nas atuações travadas, o roteiro de falas artificiais se evidência, e o que se tem nesse curta é uma obra com uma veia folclórica do terror interessante que é desperdiçada.
BALANCEIA (RO) – Ficção – 7 min.
Sinopse: Uma viagem à ilha de Parintins provoca uma fusão de sentimentos em um homem. As memórias sobre o festival folclórico pedem espaço na mente, durante a viagem de volta no barco sobre as águas barrentas do Rio Amazonas. Além do peito pulsar com as lembranças da marujada do Boi Caprichoso e da batucada do Boi Garantido, o viajante se surpreende com crianças ribeirinhas que desafiam a força das águas..
Direção: Juraci Júnior e Thiago Oliveira
Com uma narrativa de fluxo de pensamento, Balanceia emociona mais por sua honestidade dramática do que por esmero da linguagem cinematográfica, e, apesar de excessivamente musical, algumas imagens retratadas possuem uma inegável força.
BANCO BRECHT (PE) – Ficção – 8 min.
SINOPSE: Grupo de pessoas busca meios de financiar ações contra o sistema político, planejando um assalto a banco. Ao verificar como é o funcionamento do Banco tentam mudar seus planos para não entrar em contato com o sistema. Banco Brecht é um curta que questiona a sociedade, o que é a violência e o tipo dela que é permitida ou não pelo Estado.
Direção: Tiago Aguiar e Marcio Souza
Banco Brecht almeja os diálogos corriqueiros dotados de referências a cultura pop -nacional – e perversidade de Quentin Tarantino, mas nunca alcança o objetivo, com enredo que dá várias voltas mas não parece chegar à lugar nenhum. Nesse aspecto de incompleto, inclusive, a obra parece um curta de vendas para financiar o longa baseado neste curta. Se algumas passagens são, sim, engraçadas – como uma sequência num banco onde um funcionário rende a cliente -, tal graça é exaurida pela insistência na piada.
Cine PE 2018| Dia 1 -Mulheres Alteradas
Cine PE 2018 | Dia 1 – Curtas-Metragens