Elena Undone: A Sinastria Anos Depois
Elena Undone
Artigo

Elena Undone: a Sinastria Anos Depois

Elena Undone e a sinastria da alma
Ficha técnica:
Direção: Nicole Conn
Roteiro: Nicole Conn
Elenco: Necar Zadegan, Traci Dinwiddie, Gary Weeks, Mary Jane Wells
Nacionalidade e lançamento: EUA, 2010

Como alguns filmes mudam ao longo dos anos quando a gente reassiste, não?

Há 6 anos atrás, margem de erro de 6 meses para mais ou para menos, eu escrevi sobre o filme Elena Undone na Lesboteca. Era outra época, temos que entender isso. Mesmo o filme, olhando para ele hoje, parece outra era. Ao assistir o filme pela primeira vez, eu senti muitas coisas, gostei do filme, indiquei e segui por um tempo com aquele calorzinho que alguns filmes dão no coração. Hoje, reassistindo o filme que faz parte do catálogo LGBT da Netflix, eu ainda gosto, mas acho que mais por uma lembrança carinhosa.

Contextualizando um pouco, Elena Undone foi lançado em junho de 2010. O momento dos Estados Unidos era esperançoso, era o começo do governo Obama, mas em alguns lugares o casamento homoafetivo ainda não era permitido. A Califórnia tinha passado a puxada de tapete da Prop 8, uma proposta controversa que aconteceu em 2008 no estado, banindo os casamentos homoafetivos. Então, ter filmes com representatividade e que não fossem trágicos era importante. É até hoje…

Voltando um pouco para o filme, é uma história de amor. Simples assim, sem tirar nem por. Elena Undone é um pouco diferente do roteirão feijão com arroz dos romances, misturando o filme com depoimentos reais de casais… Uma espécie de “Filme-Mini Documentário” e isso quebra um pouco o ritmo das cenas e da história, mas não é propriamente negativo.

Elena e Peyton - Make love to me, Peyton

Contando a história de Peyton e Elena (uma das personagens mais charmosas que eu já vi em um filme), o filme é leve e tenta se aprofundar em aspectos como religião, heterossexualidade, homossexualidade, casamento, almas gêmeas, drama e muitas outras coisas. Talvez esse seja um dos erros da diretora, Nicole Conn, tentar falar sobre assuntos demais e deixar menos para a trama.

Elena Undone peca em outros pontos que eu só percebi agora também, anos depois. A trilha musical, em muitos momentos, é sofrível! Um jingle de comercial seria melhor e menos clichê ou wannabe. Algumas cenas são monótonas e sem propósito quase. Toda a questão de homossexualidade e igreja é bastante mal explorada.

As escorregadas do filme são quebradas e salvas por bons momentos de muita química entre as atrizes Necar Zadegan (😍😍) e Traci Dinwiddie. O romance delas na tela é muito bem retratado, goste você de romances ou não. É possível, em muitos momentos, se ver em algumas nuances das personagens principais. As exasperações, as cartas, os diálogos de dúvida são razoavelmente escritos e as atrizes salvam muitos deles.

Ainda na questão da representatividade, Elena Undone tem o beijo mais longo da história do cinema (3:24), ultrapassando os 3:05 de Regis Toomey e Jane Wyman em In Army, de 1940, e nem assim o beijo entre as personagens é clichê. Todas as cenas entre as atrizes são leves, delicadas e transbordam amor.

Elena Undone tem seu momentos e suas escorregadas, mas empolga nas personagens.

O filme ganhou 2 prêmios de melhor filme:

Reel Pride Film Festival 2010 – Escolha de Público

Tampa International Gay and Lesbian Film Festival 2013 – Escolha de Júri

Vale a pena assistir? Vale!

É o melhor filme lésbico do mundo? Longe disso.

A melhor maneira de definir o Elena Undone? Uma versão da diretora e possíveis finais valiam o investimento na época!

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