Festival de Sundance 2018 – Dia 2 #ConexãoSundance
© 2018 Sundance Institute | photo by Azikiwe Aboagye.
Conexão Sundance

Festival de Sundance 2018 – Dia 2 #ConexãoSundance

Festival de Sundance 2018 – Dia 2: O segundo dia do Festival de Sundance 2018 traz três filmes completamente diferentes conferidos pelo crítico Maurício Costa: um drama familiar, uma comédia grega e um filme B do nosso querido Nicolas Cage. Confira!

 

Foto acima: Elenco e equipe de “Private Life”. © 2018 Sundance Institute | photo by Azikiwe Aboagye.

 

Festival de Sundance 2018 – Dia 2:

 

Private Life

Estados Unidos, 2018, 127 min. Ficção. Direção: Tamara Jenkins

Private Life

Original Netflix com premiére em Sundance, o filme está concorrendo na mostra de filmes americanos. O filme é estrelado pelo Paul Giamatti e pela Kathryn Hahn, e é uma comédia dramática que trata de um casal que vive uma crise no relacionamento, tentando ter filho. Eles têm dificuldades com o processo de adoção e de fertilização in vitro. Isso leva a que eles tomem uma atitude desesperada para tentar ter o filho. Segundo Maurício, o filme é engraçado e bastante inteligente, e consegue fazer graça com coisas muito sérias sem fazer piadas ofensivas. No primeiro e segundo ato do filme, eles conseguem dar um tom muito mais leve e mais engraçado do que a situação permitiria, e tudo isso feito com muito equilíbrio, até pela capacidade do elenco. Mas da metade para o final, o humor vai desacelerando, e a parte dramática vai ganhando corpo. Até que isso culmina em um final bastante dramático, não trágico, mas realmente fechando o arco com uma resolução. É uma boa comédia dramática, que tem um toque distante em termos de linguagem de filmes como Os Meyerowitz e as comédias mais antigas do Woody Allen. O crítico afirma que é uma boa comédia e um bom original Netflix, mas nada sensacional.

 

Pity

Grécia/Polônia, 2018, 97 minutos. Ficção. Direção: Babis Makridis

O filme conta a história de um homem que estava com a esposa em coma. Enquanto ela estava em coma, as pessoas davam atenção para ele, por pena, e a partir do momento em que a esposa melhora, ele começa a entrar em colapso por ter perdido a atenção das pessoas e tenta recuperar essa atenção. O filme pode parecer uma comédia escrachada e tenderia a ser, caso não fosse um filme grego e com o mesmo roteirista do O Lagosta e O Sacrifício do Cervo Sagrado (Efthymis Filippou). No entanto, para este filme, as diferenças são que Pity não é dirigido por Yorgos Lanthimos – o que já é uma grande diferenca – e não é falado em inglês e nem tem um elenco estelar como estes outros. Este filme é grego, e você sente a diferença da mão da direção. Esse filme é uma comédia sarcástica e ácida, e depende muito do engajamento do público nesse nível de sarcasmo, e pode ter em alguns momentos uma barreira cultural. Maurício conta que na sessão da premiére em Sundance , o diretor falou a todos que as pessoas não precisavam ter vergonha de rir, que o filme era assim mesmo, e no fim das contas quase ninguém riu, exceto um maluco que ria de tudo. Apesar de ter umas sequências inspiradas, ele não teve uma boa recepção, e ao final da sessão os aplausos foram protocolares e xoxos, e teria o índice mínimo do Topa tudo Por Dinheiro. Assim que a sessão acabou, praticamente a sala toda saiu e foi embora, sem ficar para a sessão de perguntas e respostas com o diretor e o roteirista, que já foi indicado ao Oscar. Por outro lado, estamos falando de um filme que, pelo tom que possui, deve figurar em outros festivais ao longo do ano, com alguma chance de reconhecimento na temporada de premiações de 2019. Maurício gostou do filme: em um momento da virada do segundo ato para o terceiro, ele estava perdendo, mas a sequência final e a forma como se dá a resolução reconquistam. O filme funcionou bastante para ele, mas as pessoas podem odiar se elas não se engajarem.

 

Mandy

Estados Unidos, 2018, 121 min. Ficção. Direção: Panos Cosmatos

Mandy - Still 1

O filme que tem como protagonista o Nicolas Cage. Maurício conta que as sessões de meia-noite em Sundance sempre têm um filme muito esquisito e que geralmente é muito ruim, como “O Monstro que Está Dentro de Você” e “Kuzo”. Desta vez, apesar de ser a primeira, o grande filme esquisito foi Mandy. É um “filme B”. Possui atuações de filme b, estética de filme b, e claramente de forma proposital. Aquela foi a linguagem escolhida pelo diretor e pelos produtores: de fazer um filme com uma história exagerada, interpretações exageradas, efeitos especiais não tão bons, muito colorido e com cores contrastadas. Basicamente, o filme conta uma história de vingança: um bando de malucos que são fanáticos religiosos de um sujeito que acha Cristo, reunidos com mutantes extraterrestres viciados em LSD atacam e matam a namorada do Nicolas Cage, mas não sabiam com quem estavam se metendo e partem para a vingança. Nessa vingança, tem de tudo: uma grande viagem de LSD, um duelo de motosserra sensacional, e um monstro com uma arma cujo pênis é um facão. O próprio Nicolas Cage definiu o filme como um pesadelo, e é o que ele é: uma grande viagem de LSD. Quem curte Filme B deve se divertir, mas Maurício acha que foi um filme muito longo. É longo porque o diretor alonga, com sequências devagar, com música com sintetizadores, trilha muito pesada no filme todo, e com certeza não precisava ter duas horas, pois prosseguiu com sequências sem muito acréscimo narrativo. Por outro lado, Maurício elogia a atuação de Nicolas Cage, que faz uma interpretação propositalmente caricata de Bad Ass, e assume o papel, e se arrisca sem medo de fazer filmes b, se envolvendo em novos projetos. No entanto, o crítico falou que o filme não o agradou muito, e pode agradar apenas os fãs desse tipo de filme, podendo se tornar um cult.

 

Participam da cobertura do Festival de Sundance 2018 os seguintes sites e canais: Razão:de:Aspecto, Cinem(ação), Cine Drive Out, Artecines,  O Sete e Correio Braziliense.

 

Confira a cobertura do #ConexãoSundance:

Cobertura do Festival em 2017

Festival de Sundance 2018 – Dia 1

Festival de Sundance 2018 – Dia 2

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