Crítica: Step Sisters (2018) – Original Netflix
Step Sisters é divertido e engajante.
Ficha técnica:
Direção: Charles Stone III
Roteiro: Chuck Hayward
Elenco: Megalyn Echikunwoke, Eden Sher, Alessandra Torresani, Gage Golightly
Nacionalidade e lançamento: EUA, 2018 (19 de janeiro na Netflix)
Terceiro original Netflix do ano (o primeiro foi o carismático O Rei da Polca e o segundo, o terrível Vende-se Esta Casa) Step Sisters é um boa pedida para um filme leve e descompromissado, com alguns momentos que o tornam além do comum.
Confira aqui a crítica de O Rei da Polca
Confira aqui a crítica de Vende-se Esta Casa
A história segue Jamilah (Megalyn Echikunwoke, que apesar de estar bem, a atriz é um pouco mais velha do que deveria para o papel) que se coloca em meio a um fogo cruzado. No desejo de ir para Harvard, a jovem acaba tendo que circular entre fraternidades de brancas e de negras, além de lidar com família, namorado e o chefe.
O texto é ágil e de certo modo inteligente. O humor atira para diversas frentes: temos piadas físicas, sutis, referenciais e (com) clichês. Um misto de uma comicidade escrachada com uma dramédia, o que acaba sendo eficaz para a proposta.
A mensagem denuncia o racismo rindo dele e de algumas convenções. Tem a negra que “quer ser branca”, o branco que “quer ser negro”, além da questão cultural estar sempre em voga. A dança é algo exclusivo dos negros? Sim, o filme trata de apropriação cultural de maneira sagaz. A questão do pertencimento é bem tratada.
Em linhas gerais, Step Sisters é clichê. Apesar de personagens estereotipados (tem a caipira burra, a fútil, o interesse amoroso perfeito…) é possível perceber a identidade de cada um e deles terem um momento para brilhar. O uso das hastags para descrevê-los rende uma piada simples, já batida, mas divertida.
A protagonista falha, o que é ótimo. Nem todas as ideias e ações dela resultam em algo positivo. Ainda assim, o arco segue linhas bem simples. A cena com as muitas mensagens vindo de lugares diferentes é visualmente interessante e condiz com o momento de Jamilah.
Os figurinos, especialmente no terceiro ato, é variado – em consonância com a coreografia (esta sim poderia ser mais explorada dado o tema do filme). Tem uma cena que mostra a protagonista de azul e todas as outras da equipe vestindo rosa, mostrando que ela não pertence totalmente a algum grupo.
Em Step Sisters há uma discussão sobre o que é ser brega. E o filme é um pouco brega (vide a cena com chuva) e como aprendemos, não há problema algum nisso. A pegada jovial sem tratar o público como idiota entrega um produto digno.
OBS: vale um comentário extra para além da qualidade do filme em si. A legenda em português não dá conta de todas as expressões. Então quem só tiver a opção de ver o filme com este recurso, e não souber inglês, vai perder muito.