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Crítica | Estrela de Belém

Ficha técnica:

Direção: Timothy Reckart
Roteiro: Carlos Kotkin
Elenco: Steven Yeun, Keegan-Michael Key, Aidy Bryant, Gina Rodriguez, Zachary Levi, Christopher Plummer, Ving Rhames, Tyler Perry, Kelly Clarkson, Anthony Anderson, Tracy Morgan, Mariah Carey, Oprah Winfrey
Nacionalidade e lançamento: EUA, 2017 (30 de Novembro de 2017 no Brasil)

Sinopse: Na mais nova animação da Sony Pictures Animation, A Estrela De Belém, um pequeno e destemido burro chamado Bo anseia por uma vida que vá além da cota diária de trabalho no moinho da vila. Um dia ele encontra coragem para fugir, e finalmente viver as aventuras que tanto sonhou. Em sua jornada, ele logo se alia à Ruth, uma ovelha adorável que se perdeu de seu bando; e à Dave, um pombo com aspirações grandiosas. E junto com 3 sábios camelos e outros animais excêntricos de um estábulo, Bo e seus novos amigos seguem uma misteriosa estrela e se tornam heróis improváveis na maior história já contada – o primeiro Natal.

Estrela de Belém

Em determinado momento da animação bíblica A Estrela de Belém, um de seus personagens diz, maravilhado, que a história do nascimento de cristo será celebrada e contada por milhares de anos, passando por gerações e gerações. A ironia dessa frase, claro, é que o próprio conceito deste filme -uma das inúmeras recontagens dessa história através das gerações – soa oportunista e preguiçoso: a história do nascimento de Jesus Cristo recontada do ponto de vista dos animais, numa embalagem pronta de filme infantil com animais falantes e um elenco de famosos (Oprah Winfrey e Tyler Perry estão entre os atores que fornecem suas vozes para os personagens), completo com a obrigatória cantora pop que além de atuar, performa canções para o filme. Nem mesmo Maria e José conseguiriam prever a ganância de executivos de Hollywood que usariam sua história para fazer um dinheiro fácil.

Dessa forma, é surpreendente perceber que, mesmo diante desse oportunismo e de uma narrativa frágil até mesmo para filmes infantis, A Estrela de Belém não é o desastre que aparenta ser, possuindo até mesmo alguns momentos bonitos. Ela não é consistentemente boa, mas não é uma afronta como o cara de pau Emoji – O Filme.

Estrela de Belém

Animações como O Príncipe do Egito (1998) comprovam que é possível realizar animações de teor religioso sem que estas soem panfletárias. A realidade é que tais histórias são facilmente traduzidas para o cinema do ponto de vista dramático, seja em suas “parábolas” e ensinamentos. A Estrela de Belém capenga em sua narrativa que oscila entre o didatismo e uma trama mais genérica.

No entanto, existem elementos interessantes nesta animação: o vilão da vez não vem na forma de uma caricatura com planos maléficos e sem consequências pesadas, e sim de um simples soldado que, a mando do rei Herodes, persegue José e Maria para assassiná-los na intenção de impedir o nascimento do “novo rei”, Jesus. É aí que o peso das palavras da Bíblia, de um antigo testamento brutal e a leveza de uma animação para a família se misturam. Os visuais, inicialmente genéricos – numa produção de orçamento claramente menor – alcançam seu primor em algumas sequências noturnas.

estrela de belém

Essa mistura estranha de filme bíblico com animação infantil de animais falantes é inofensiva, e, por mais que seja esquecível do ponto de vista cinematográfico, pode ser eficiente para os mais novos ou para a família que procura uma produção típica desta época, que relembra e celebra o espírito natalino e bons valores. Bonitas mensagens que se misturam nas narrativas mais convencionais e contraditoriamente capitalistas de uma animação de estúdio.

  • Nota Geral:
2

Resumo

A Estrela de Belém não é o desastre que aparenta ser, possuindo até mesmo alguns momentos bonitos. Ela não é consistentemente boa, mas não é uma afronta como o cara de pau Emoji – O Filme.

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