Crítica: Morte Sobre Rodas (41ª Mostra de Cinema de São Paulo)
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Crítica: Morte Sobre Rodas (41ª Mostra de Cinema de São Paulo)

“Morte sobre Rodas” (Kills on Wheels) é um filme divertido, intenso e belamente “desenhado”.

 

Ficha técnica:
Direção e roteiro: Attila Till
Elenco: Szabolcs Thuróczy, Zoltán Fenyvesi, Ádám Fekete, Mónika Balsai
Nacionalidade e lançamento: Hungria, 2016 (21, 24, 25 e 27 de outubro de 2017 no Brasil – Mostra de Cinema de São Paulo)

 

O humor negro do filme “Morte sobre Rodas” (Kills on Wheels) é refinado e cheio de absurdos. É isso que faz o longa húngaro ser um filme curioso e até mesmo provocativo.

Acompanhamos a história de Zolika e seus amigos Barba e Rupaszov, todos deficientes físicos que começam a atuar como criminosos entre uma sessão de fisioterapia e outra da instituição onde vivem. Aos 17 anos, Zolika desenha muito bem, enquanto enfrenta a necessidade de fazer uma cirurgia muito cara antes que seu problema na coluna se agrave. Junto com seu amigo, Barba – que funciona como alívio cômico embora não se reduza a isso – ele produz uma história em quadrinhos e busca publicá-la ao menos como um fanzine em um evento de fãs de HQs.

O mais interessante de “Morte Sobre Rodas” é que acompanhamos, paralelamente, a história que está sendo contada nos quadrinhos, protagonizada por Rupaszov. Qualquer outro comentário a respeito da trama paralela seria estragar a experiência do filme.

O mais importante, aqui, é o arco dramático do protagonista, que vive o drama de ter que aceitar dinheiro de seu pai ausente, que deixou sua mãe para viver com outra família na Alemanha. Sua necessária maturidade vem por meio dos acontecimentos que envolvem Rupaszov, que representa uma figura paterna.

Nem a trama e nem a direção do filme tratam os deficientes físicos com qualquer tipo de compadecimento. Não apenas são cheios de desejos e vontades típicas da juventude, como também exercem ações complexas até mesmo para pessoas sem deficiência.

Com uma fotografia crua, uma trilha sonora pop e um visual que mostra um lado nada turístico de Budapeste, “Morte Sobre Rodas” é um olhar curioso e diferente sobre a maturidade, a relação entre filho e pai, e a influência da ficção na vida das pessoas.

E saber que o título original, “Tiszta szívvel”, significa “com coração puro” em húngaro apenas enriquece as possibilidades de interpretação.

  • Nota
4.5

Resumo

Com uma fotografia crua, uma trilha sonora pop e um visual que mostra um lado nada turístico de Budapeste, “Morte Sobre Rodas” é um olhar curioso e diferente sobre a maturidade, a relação entre filho e pai, e a influência da ficção na vida das pessoas.

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