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Crítica: Z: A Cidade Perdida (2016)

Z: A Cidade Perdida é um dos grandes filmes do ano.

Direção e roteiro: James Gray
Elenco: Charlie Hunnam, Tom Holland, Robert Pattinson, Sienna Miller
Nacionalidade e lançamento: EUA, 2016 (01 de junho de 2017 no Brasil)

Sinopse:  A incrível história real do explorador britânico Percy Fawcett (Charlie Hunnam), que viaja para a Amazônia no século XX e descobre evidências de uma civilização avançada desconhecida que pode ter habitado a região. Depois de ter sido ridicularizado pelo corpo científico que considera as populações indígenas como “selvagens”, Fawcett está determinado a retornar à sua amada selva e provar seu caso.

Seja pela duração – mais de duas horas – seja pelo tom, Z: A Cidade Perdida não é um filme dos mais fáceis, contudo não é totalmente fechado. A narrativa é até compreensiva para o público em geral. Contudo, o longa exige um fôlego para quiser acompanhar esse épico. À la produções antigas, aqui temos um pedaço considerável da jornada do explorador Percy Fawcett (Charlie Hunnam).

Apesar do tom desbravatório, Fawcett está em busca de uma civilização perdida na região da Amazônia, a coisa não é uma aventura dinâmica e leve. Há muita densidade aqui e tempo para que o público também explore cada local, desde as matas virgens, passando pelo núcleo familiar e até as reuniões da Sociedade Real de Geografia.

Essa pluralidade ambiental poderia enfraquecer o todo, caso o diretor James Gray perdesse a mão. Felizmente em momento algum tal desventura ocorre. Temos sim uma barriga aqui e acolá, porém nada que prejudique a experiência – mas sim, em um filme de 2h20, alguns momentos poderiam ser melhor trabalhados na edição final.

O visual é muito bem passado através de uma fotografia grandiosa. Paisagens belas são sim postas em tela, mas os enquadramentos vão além. Sentimos o peso de cada local e a vivacidade ali presente. Por vezes, só com a fotografia, sentimos uma apreensão – da floresta desconhecida ou uma mesa com burocratas. A câmera sabe o que e quem buscar, é um trabalho bem difícil.

A busca pelo sonho, os dilemas familiares, a Primeira Guerra tudo tem o momento preciso aqui. Mesmo por vezes sendo lento, o ritmo é eficaz e necessário. Algumas passagens são mais morosas que outras é isso vai afastar aqueles mais afeitos ao blockbusters, ainda assim creio que o desafio valha.

Na linha de frente temos um elenco afiadíssimo e até bem conhecido. Do público mais novo dois coadjuvantes devem se sobressair: o novo Homem Aranha, Tom Holland dá um peso no terceiro ato e mostra uma diversidade para além do atirador de teias. Quem vai muito além, contudo é o “vampirinho” Robert Pattinson, que outrora encabeçou a famigerada saga Crepúsculo. Ele está em um dos melhores papéis da carreira e mostra uma maturidade, expressividade e presença nunca antes apresentadas por ele. Sienna Miller (Pegando Fogo, SniperFoxcatcher) dá uma sobriedade e controla as ações quando em cena.

O protagonista é encarnado por Charlie Hunnam, de carreira irregular. Com coadjuvantes tão bem em alguns momentos ele perde um pouco de destaque. Todavia, o vigor está lá o tempo todo. Hunnam desde o começo domina a coisa toda e nós compramos muito do personagem graça a ele. Fiquem de olho no discurso que ele faz antes do terceiro ato, o momento mais grandioso aqui.

E grandioso resume bem Z: A Cidade Perdida. Com licenças poéticas para exaltar o mito, um domínio da linguagem cinematográfica e tudo muito certinho, Z encanta, com mais marketing e lançado no momento certo, poderia ter ido para o Oscar. Não deve em nada aos filmes que lá estiveram.

  • Nota Geral
4.5

Resumo

Z: A Cidade Perdida é um dos grandes filmes do ano.

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