"O Congresso Futurista"- (2013) - Cinem(ação): filmes, podcasts, críticas e tudo sobre cinema
Artigo

“O Congresso Futurista”- (2013)

O Congresso Futurista é um filme dirigido pelo diretor Ari Folman.

As lágrimas prolongam o parecer do que ali acontece. O pássaro vermelho estilo pipa voa nos céus por um barbante de olhos claros; é tal voo, o som dos aviões, o vento soprando quase que soando com total força no audio da cena, junto às lágrimas, que consolam a situação aos berros dos cachorros bravos. É uma difusão de sons: dos animais, dos aviões, do vento, da conversa alta. O pássaro volta ao ninho. O passado pertence ao presente quando um quadro nostálgico de uma figura de antes, agora, faz lembranças ganharem vida. Contudo, mesmo que traga memórias boas, o que vem pela frente não necessariamente diz respeito ao que ficou para trás como mérito, porém, como desgosto e demérito, e a questão chega ao ponto cume: escolhas. Todos temos escolhas na vida, seja no amor, no trabalho, num ato instantâneo, num cochilo após o despertador tocar; todas essa ações são escolhas. Não é fácil escolher, assim como, não é de modo tranquilo definir o que é bom ou ruim para alguém fazer ou julgar o que é melhor para o outro. Nem mesmo sabemos o que é melhor para nós, ou sabemos?

Desconhecer-se. Estar além de si em prol do amor por um filho. Perder-se na volúpia das incertezas do desejo, da vontade, em certa medida, é estar só. Um sorriso, uma risada, um torpor de sentimento, como tudo isso, pode tornar-se mecânico, inventado! Porém o que vem de dentro pode trazer o íntimo pra fora, para o externo, para fora do medo, do horror, dos sentimentos de impotência e insegurança que todos nós temos; o que basta é ser verdadeiro. E quando a vida real beira o abismo da realidade? É a transferência de estados que comporta o que ficou pra trás num agora estranho, diferente, surreal. O que é o reconhecimento? Reconhecer-se potente num grau o qual reflete sua potência para além de si fazendo com que sua imagem, desta maneira, tenha força e seja reconhecida por aqueles que a reconhecem. É arduo o caminho, também, de ser invisível. Quem o deseja?

“Everything is in our mind”

Como seria nos vermos como desenhos? É uma outra figura, um outro ser que ali se põe, mesmo que sendo a mesma pessoa. Difícil discernir o que vem a ser-pessoa e (ser) nesse momento; é mais como uma representação de uma interpretação sobre você, visto o jeito, o modo de se vestir, o portar diante dos outros, a fala, etc. A multidão vibra diante do êxtase do desenrolar da ficção. A criação transforma, refaz, recria o existente em nada mais que um exemplar do que já existiu: uma fórmula em busca de uma escolha. O filme The Congress ou O Congresso Futurista relaciona o artificial com o extremo real, a dor do ser humano com a melancolia da animação; são dois mundos distintos mas com muita coisa em comum, como detalhes, trejeitos e afetos: ambos passíveis de emoção.

Nota: 5

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