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O Segredo dos Seus Olhos X Olhos da Justiça

Comparações importantes entre o filme argentino “O Segredo dos Seus Olhos” e seu remake americano “Olhos da Justiça

 

Os olhos de Chiwetel Ejiofor surgem marejados na primeira cena de “Olhos da Justiça”, demonstrando nos primeiros segundos que o filme americano terá menos sutilezas que seu original, no qual Ricardo Darín não chora, mas expressa muito mais emoção.

Quando pude assistir ao filme “O Segredo dos Seus Olhos”, escrevi apenas um breve artigo sobre ele, que nem ficou tão bom assim.

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Agora, tive a oportunidade de ver “Olhos da Justiça“, adaptação americana do filme originalmente argentino.

Há quem critique a mania estadunidense de refazer filmes de sucesso em outras línguas. Foi assim com este filme. Foi assim com “Oldboy“. Será assim com “2 Coelhos“.

Mas há coisas interessantes. O diretor Billy Ray colocou inúmeras referências aos Estados Unidos pós 11 de setembro. O funcionamento da polícia e dos agentes da lei no país também é modificado. Não há, no entanto, nenhuma referência à ditadura que tomou conta da Argentina nos anos 1970, o que enriquece o primeiro.

O que há de sutileza no filme argentino, sobra de melodrama no filme americano. A personagem de Julia Roberts, inexistente no original, permite uma conexão muito maior do personagem principal com a vítima. Permite também a conexão do público com a situação. Mas também não deixa espaço para o sutil. Não deixa espaço para a simplicidade do olhar, nem para o fluir cuidadoso dos sentimentos. É mais thriller, mais investigativo. É menos drama, menos romance, menos sentimento.

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Mas é bom que “Olhos da Justiça” mostre Julia Roberts intensa. Precisamos dela, afinal, para suprir os problemas de atuação. Não que Chiwetel Ejiofor ou Nicole Kidman estejam ruins… é que eles estão muito distantes da perfeição que Ricardo Darín e Soledad Villamil representam.

Assistir a “Olhos da Justiça” pode ser um ótimo exercício… mas somente aos que já viram o filme original argentino, muito mais profundo.

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