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Crítica: Um Senhor Estagiário

“Como em uma geração os homens foram de caras como Jack Nicholson e Harrison Ford para … (isso)”.

Essa frase é dita pela jovem empresária Jules Ostin para seus funcionários em um momento de descontração em um pub e diz muito sobre o que veremos em “Um Senhor Estagiário”, filme que estreou no dia 24/09/2015 e tem Robert de Niro e Anne Hathaway como personagens principais.

O filme tem a premissa básica de que para ser mais socialmente bem-visto a empresa de vendas de roupas on-line fundada a apenas 18 meses por Elen (Hathaway) precisa de estagiários idosos, ou seja, com mais experiência “na vida” e isso faz com que Ben Whittaker, um cara com muita experiência acabe indo trabalhar lá.

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O filme então ganha o seu primeiro tom, sim, primeiro, porque terá outro mais para frente. E temos algumas cenas de comédia que realmente funcionam muito, principalmente por conta do conflito de gerações, no linguajar, vestimentas e comportamento.

É muito bom ver o De Niro, sem “denirizar”, sendo aquele cara mais bronco, fechado, mas pró-ativo, se esforçando par a ajudar a todos. Já Anne Hathaway traz uma chefe totalmente diferente a cruel Miranda de “O Diabo Veste Prada” sendo uma empresária pró-ativa e que não tem medo de “colocar a mão na massa”.

O filme ainda traz um natural e excelente discurso sobre o papel da mulher no mercado de trabalho, sendo esse o exato papel que qualquer homem teria, afinal, fica claro que não há diferença alguma no gênero e sim e na competência e disposição individual.

Dito isso, chegamos ao último terço do filme, onde ele perde seu tom cômico e acaba sendo mais voltado a um drama e Jules acaba perdendo a fé em si mesma e sendo ajudada por Bem com seu “discurso feminista” como ele mesmo diz. Esse conflito de gerações é um charme a parte, principalmente por podermos ver a evolução dos personagens ao redor de Ben, graças aos seus concelhos, mas não como um sabichão chato e sim como um amigo mesmo.

No filme ainda temos a atriz Rene Russo, que faz a massagista Fiona, e tem como sua cena de abertura uma das melhores cenas do filme, e Matt (Anders Holm) no papel do marido de Jules, e que acaba largando o emprego e se dedicando aos cuidados do lar e da filhinha deles Maggie, num ótimo exemplo de casal moderno.

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O grande pecado, talvez um dos únicos que eu percebi, do filme é sua falta de vilão, ou mesmo de um problema entre os protagonistas. Acaba sendo tudo muito clean, mas não pense que você pode assistir esse filme sem uma caixa de lenço do lado.

A direção de Nancy Myers está muito boa, mantendo sua tradição de filmes românticos com doses de humor e drama, e principalmente relacionamentos, claro, estamos falando da diretora do excelente “Do que as mulheres gostam” e “O Amor não tira férias”  e que também já mostrou saber tirar o máximo dos atores nos filmes com astros mais maduros como “Alguém tem que ceder” e “Simplesmente Complicado”.

Sem dúvida um filme que merece ser visto, nos cinemas ou mesmo na televisão em um domingo a tarde, nem que seja para ver Robert De Niro e suas caras e bocas (e piscadas) na frente do espelho, que nos transporta diretamente a Taxi Driver.

Nota: 4 claquetes

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