Crítica - [REC]
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Crítica – [REC]

“[REC]” foi lançado em 2007 e dirigido pelos diretores espanhóis Jaume Balagueró e Paco Plaza. Foi vencedor do Fantasporto 2008, e depois desse evento ficou relativamente famoso. O filme segue o mesmo padrão de “A Bruxa de Blair”: assistimos a uma filmagem amadora realizada no local onde ocorrem os acontecimentos. Portanto, não temos uma imagem estável e perfeita, sendo que a câmera falha algumas vezes, balança bastante, o som desaparece e a imagem simplesmente some. Há quem adore esse estilo de filme e há quem odeie. Mas isso não acaba com a credibilidade do filme, de maneira alguma!

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O longa começa quando a repórter Ángela Vidal (Manuela Velasco) e seu câmera Pablo (Pablo Rosso) estão gravando uma matéria para um programa de televisão de pouca audiência chamado “Enquanto Você Dorme”. Eles estão acompanhando a rotina de um quartel de bombeiros durante a noite, quando o quartel recebe uma chamada de um edifício em Barcelona. Aparentemente uma idosa está gritando em seu apartamento, e os vizinhos ficaram preocupados, visto que a velhinha parecia ter problemas mentais. Ángela e Pablo vão acompanhar os bombeiros no resgate, mas todos acabam ficando presos dentro do edifício e percebem que a idosa é só o início dos problemas.

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O começo do filme é bem natural. Uma reportagem sendo gravada com uns típicos erros de gravação, e a repórter Ángela até pede algumas vezes para cortar umas cenas em que ela não fica bem. Tudo tranqüilo, tudo normal. As coisas passam a ficar apreensivas no momento do resgate. Mas não existem aquelas músicas para criar o clima de terror e nem os outros clichês que encontramos por aí. Até mesmo durante as cenas tensas a atmosfera é totalmente diferente dos clássicos filmes de terror. Mas isso nos transmite uma angústia inexplicável, não dá para saber quando um susto está por vir.

As atuações são muito boas. Os personagens passam o medo daquela situação de uma maneira bem real. Os moradores estão assustados, alguns feridos, e é possível ter conhecimento do ponto de vista de cada um deles quando Ángela os entrevista durante o caos. Mas o mais interessante é o propósito daquela gravação não ser interrompida. Quando as pessoas são obrigadas a permanecerem dentro do edifício por motivos de segurança (daqueles que estão fora, claro), a repórter insiste em dizer que “o que está acontecendo ali deve ser mostrado para o público”. Mesmo contra a vontade de alguns, Pablo continua gravando tudo. Eu estava sem expectativas para o filme, não esperava que fosse gostar e nem odiar, só acreditava que fosse mais um típico filme de terror. Mas posso dizer que me surpreendeu bastante!

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E o final? O grand finale! Se você não sentiu nenhuma apreensão ou nervoso durante todo o filme (duvido), pode ter certeza que o final vai compensar isso. Não é medo, é pura angústia. A filmagem fica mais pesada, por um motivo específico, e os personagens se encontram em uma situação que consideramos sem saída. E será que tem saída? Só assistindo para saber.

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