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Conservadorismo brasileiro mostra suas caras contra Ted por meio de deputado

Na última semana, o deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB – SP) declarou em seu twitter que ficou indignado com o filme Ted, ao qual ele levou seu filho para assistir. Segundo o deputado, “o filme passa a mensagem de que quem consome drogas, não trabalha e não estuda é feliz”.

O caso virou piada no twitter, debate nas redes sociais e acabou em nada. No fim das contas, o Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo descartou a possibilidade de proibir o filme, conforme desejava o deputado: “censura é algo que não se admite no estado de direito e a Constituição não nos permite fazer isso”.

Talvez o que mais tenha abalado as estruturas de Protógenes Queiroz foi ver que é possível fazer piadas com o uso de drogas. O deputado, que optou por levar o filho de 11 anos para ver um filme cuja classificação indicativa é 16 anos, teve suas concepções conservadoras confrontadas pelo filme. Talvez, assim como muitos brasileiros, ele não tenha percebido que o filme, além de fazer piada, usa justamente as drogas como um dos elementos que fazem a vida dos protagonistas não melhorar.

É curioso como uma atitude assim venha de um deputado que pertence a um partido dito “comunista”, o que só prova como os partidos políticos não são nada ideológicos no Brasil.

Além de tudo, o acontecimento também abre outra discussão ainda forte no Brasil: a de que ursinhos ou desenhos são necessariamente infantis. Muitos ainda tem uma visão de que determinados padrões estéticos são específicos para determinadas faixas etárias, o que não é verdade: não se pode presumir que um ursinho fofo deve ser mostrado para crianças, principalmente se a classificação indicativa diz o oposto.

Está mais do que na hora de os deputados, e a população em geral, entenderem que liberdade de expressão não deve ser barrada por censura, e que elementos discutíveis devem justamente ser discutidos pela sociedade, em vez de simplesmente proibidos por governantes de mente fechada.

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