Falência da Rhythm & Hues é péssima para o cinema
Ainda sobre o Oscar e toda sua repercussão, eis que uma série de más notícias agitou a vida dos especialistas em efeitos visuais.
A Rhythm & Hues Studios, uma das maiores empresas de efeitos visuais do mundo, abriu falência no dia 13 de Fevereiro, após diversas tentativas de se manter em pé. A empresa possuía 250 funcionários nos Estados Unidos, Índia, Canadá, Malásia e Taiwan, que estão agora desempregados.
A empresa foi responsável pelos efeitos visuais de “Babe: O porquinho Atrapalhado”, “A Bússola de Ouro” e, muito recentemente, “As Aventuras de Pi”. Isso significa que os criadores do tigre que encantou o mundo no filme de Ang Lee não foram respeitados e nem valorizados por seus trabalhos.
Tem sido muito comum que algumas empresas de efeitos visuais recebam muito pouco por seus trabalhos. Os grandes estúdios começaram a pedir descontos altíssimos a estes estúdios de VFX (sigla para efeitos visuais), alegando que participar de um grande projeto seria muito bom para eles, e isso passou a ser uma prática tão comum que os estúdios passaram a precisar fazer isso para conseguir serviços.
Pior do que uma situação desta, notificada no Hollywood Reporter, é o fato de que a Academia de Hollywood cortou o discurso dos ex trabalhadores da R&H quando eles estavam no palco recebendo o Oscar de Efeitos Visuais pelo último trabalho que fizeram. Foi a primeira vez na noite em que a trilha sonora do filme “Tubarão” tocou para podar o discurso de algum vencedor.
É uma pena que não faltarão trabalhadores que topem fazer serviços a preço de banana para os filmes “300: Rise of an Empire” e “Percy Jackson e o Mar de Monstros” e “Jogos Vorazes – Em Chamas”, cujos trabalhos o estúdio deixou para trás, junto com as dívidas. Muitas pessoas fizeram protestos em Los Angeles e também pelo Facebook, onde colocaram quadros verdes no lugar das fotos de perfil, lembrando a todos como seriam os filmes se não fosse o trabalho deles.
É uma pena também que a Academia, órgão máximo do cinema estadunidense, não dê voz a esta classe de trabalhadores.
Enquanto trabalhadores suam a camisa para fazer bons filmes com pouco dinheiro no bolso, os grandes estúdios lucram como nunca.