Crítica: Detona Ralph
Detona Ralph é o novo filme de animação da Disney e esse já um dos maiores argumentos para fazer qualquer um sair de casa e correr para o cinema mais próximo. E essa regra não foi quebrada com esse novo sucesso.
O filme é dirigido por Richard Moore, diretor de animação responsável por diversos episódios de Os Simpsons, Futurama e essa característica de saber lidar com desenhos mas com temas adultos é um dos muitos, sim muitos trunfos do novo filme.
Com relação ao universo do filme Detona Ralph bebe direto da fonte de sucesso de Toy Story. Assim como o filme de Woody e Buzz, Detona Ralph é um elemento fantástico dentro do “mundo real”. Assim como o menino Andy depois de brincar e sair de cena os brinquedos tinham vida própria, assim ocorre com os personagens de Ralph. Mas a forma que isso é feita é uma sacada espetacular. Cada jogo de video-game é um mundo por si só, durante o momento em que os fliperamas estão ligados e abertos ao público os personagens agem conforme a programação e encaram isso como um trabalho. Agora, quando o fliperama fecha todos os personagens dos jogos podem agir de forma voluntária. E mais, todos podem ir para uma “estação central” comum para todos os jogos (que no mundo real é o estabilizador geral onde os jogos ficam conectados) e além disso podem entrar no mundo dos outros jogos.
Mas Ralph estará à altura do cowboy Wood? A resposta, digo com gosto que sim! Ralph é o herói do filme, e vilão do jogo Conserta-Tudo Felix Jr, dublado originalmente por John C. Reilly e na versão brasileira pelo ator global e neto do Silvio Santos Tiago Abravanel. Esse grandalhão tem como obrigação diária detonar o prédio onde vivem os moradores de seu mundo e ser derrotado pelo bonzinho e gentil Felix Jr., dublagem de Jack McBrayer e na versão nacional pelo CQC Rafael Cortez.
No filme temos algumas vezes a narração em off do próprio Ralph, manobra muito legal para sabermos mais do que o grandalhão está pensando e sentindo. Após 30 anos fazendo a mesma coisa, morando em um lixão, Ralph quer ser o herói ( e ganhar uma medalha de herói) e aí que a confusão começa. Após uma breve participação no game de ação em primeira pessoa Hero Duty e conhecer a durona Sargento Calhound (voz original da vencedora de diversos prêmios e sempre ótima Jane Lynch), ele acaba no mundo de Sugar Rush, um jogo de corridas em mundo feito de doces, e é lá que ele conhece a pestinha Vanellope Von Schweets, dublado por Sarah Silverman e pela blogueira e apresentadora Mari Moon, tão fofa quanto a personagem a qual empresta a voz. Contar mais estragaria as surpresas e reviravoltas no filme, que são muitas.
O filme tem algumas piadas engraçadas, mas acaba sendo um pouco infantilizado demais, diferente de Valente, ou mesmo Up – Altas Aventuras.
Outro ponto forte do filme é a ponte direta com o espectador, e esse é até um dos motivos de muitos adultos adorarem o filme até mais do que as crianças. Da mesma maneira que era muito legal assistir Toy Story e ver que muitos dos brinquedos que aparecia no filme, você tem no armário ou no baú (eu mesmo tinha caixas e caixas daqueles soldados de plástico verde) Detona Ralph é um verdade ode aos vídeo-games clássicos e até aos mais recentes. No filme podemos ver dezenas de personagens dos jogos, Sonic, Mario, Street Fighter, Mortal Kombat, Pacman, Q*Bert e outros. E também é incrível o detalhamento dos personagens, sendo que os mais novos se mexem com mais leveza e os antigos tem aquele andar mais lerdo e restrito.
Um filme que é a melhor homenagem aos vídeo-games, e melhor até mesmo que muitas adaptações de jogos que já assistimos, Detona Ralph pede que vcoê insira a sua moeda e aproveite ao máximo. O filme não traz nenhuma ponta solta, mas é fácil imaginar várias continuações que serão muito bem vindas, pois sempre teremos fases para zerar.
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