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CRÍTICA: Hellboy (2019)

O Vermelho enfim encontra o seu pior vilão: a edição.

Ficha técnica:

Direção: Neil Marshall

Roteiro: Andrew Cosby

Elenco: David Harbour, Milla Jovovich, Daniel Dae Kim, Sasha Lane e Ian McShane.

Nacionalidade e lançamento: Estados Unidos, 16 de maio de 2019

Sinopse: A organização B.P.P.D convoca o seu melhor homem para parar o retorno de uma poderosa feiticeira banida do mundo pelas mãos do Rei Arthur. O lendário ser vermelho, conhecido pela alcunha de Hellboy, tem como missão salvar o mundo desta sobrenatural vingança que está por vir.

Partindo do princípio que sou um grande fã do personagem – tenho até tatuagem… não que isso hoje em dia, diga alguma coisa – gosto muito dos filmes antigos e amo os quadrinhos, tentarei dar a minha leitura completamente parcial da parada. Tentarei sim falar sobre termos técnicos com a razão, mas sei que muito do texto a seguir, terá sentimento. Tentarei começar pelos pontos positivos – já que são poucos – e quem sabe defender um pouco do que encontramos aqui. Caso queiram ler as expectativas do nosso autor Bruno Luis, escritas em janeiro do ano passado, clique AQUI.

Dois pontos que já quero começar a defender é a maquiagem e os cenários. Tem muitos trechos que “quase” me ganharam, com belos cenários que convidavam a minha memória, a adentrar nas aventuras do Hellboy. Sério. Fora que a maquiagem de vários bichos, cicatrizes e principalmente no próprio protagonista, estão impecáveis. Desde a primeira foto que publicaram. Já dava um ar de fodacidade incrível. Depois no primeiro trailer, acompanhamos como a maquiagem ajudaria/atrapalharia a estrela do longa, e ainda assim, vimos que era muito boa.

Outra coisa que me empolgou nos trailers foi a escolha do longa ser para maiores de dezoito anos, ou seja, optaram por algo mais pesado. Por mais que tem pontos que vou bater em seguida nesta crítica, gosto da escolha. Infelizmente os efeitos não ajudaram a violência ser significativa e o plot a termos discussões acaloradas sobre coisas que o universo de Hellboy toca, porém, ainda acho que o +18 na ação ajudou a me segurar até o fim do filme e não levantar e ir embora.

O apocalipse começa nas atuações… defendo o meu queridinho David Harbour (STRANGER THINGS), que fez o que o roteiro pediu e a estrutura de sua maquiagem permitiu. Não o culpo, mas de qualquer forma foi fraco… Sasha Lane, Daniel Dae Kim e Thomas HadenChurch, parecem personagens de filme B que não agregam em nada. Mas a decepção completa vem nas mãos de Ian McShane (JOHN WICK) e Milla Jovovich (RESIDENT EVIL) que fazem questão de jogar contra. Sério. Parecem que odiaram tanto o argumento, que dá pra notar o descaso com os seus personagens.

Um diretor como Neil Marshall (CENTURIÃO) que já foi contratado para dirigir episódios em grandes séries como GAME OF THRONES e WESTWORLD, um profissional que já está até cotado para dirigir o próximo filme do KING KONG nomeado como: SKULL ISLAND: BLOOD OF THE KONG, tem um take ou outro legal, mas sem pulso algum para ditar o que quer para o filme. O longa está literalmente PERDIDO por não ter objetivo algum.

O roteiro de Andrew Cosby, produtor do engraçado DOSE DUPLA e roteirista de séries como EUREKA e HAUTED, adapta três grandes arcos do herói: O CLAMOR DAS TREVAS + A CAÇADA SELVAGEM + TORMENTA E FÚRIA e entrega um conflito duvidoso ao lado de um personagem que se distância do original, provando ter preguiça ou inabilidade de explorar um universo tão rico quanto o que Mike Mignola concebeu.

Outro ponto bastante broxante é o fato de usarem muito CG – computação gráfica – o que hoje em dia é normal para dar mais dimensão, porém, não conseguimos aqui, nem comparar a filmes rodados a 5, 6, 7 anos atrás. É muito pobre. Muito mesmo. Personagens sem peso em tela, efeitos de sangue patéticos e texturas de Playstation 2… aliás… teve momentos que me senti em um videogame. Isso não é nada bom…

A trilha sonora começa bem instigante. Em seguida começa a ficar curiosa, pois não entendemos bem o que quer propor. Mais à frente nos deparamos com um casamento de budget e gosto pessoal de quem trilhou, uma vez que há cenas que pedem coisas contrárias ao que estamos ouvindo.

Normalmente eu não tenho o costume de encontrar problemas na edição, sou mais de admirar quando ela é muito boa e se destoa das demais. Mas aqui, aqui não. Pela primeira vez na vida eu tenho completo NOJO de uma edição. Eu nunca vi nada tão porco, tão frio, tão… olha… eu não sei bem o que fizeram, mas não tem transições, não tem ambientações, não te entrega nada que te ajude a compreender o que está acontecendo na tela. Me arrisco a dizer que mesmo se tivéssemos uma direção mais firme, um roteiro mais caprichado, personagens mais bem representados e um CG de ponta, creio que este filme ainda seria ruim pelo péssimo trabalho do Martin Bernfeld (POWER RANGERS). Sério, eu nunca vi algo agredir tanto uma obra, e quando digo nunca incluo ESQUADRÃO SUICIDA na lista. Faço questão de colocar o nome do editor aqui para torcer que este cara estude muito mais antes de pegar o próximo trabalho.

O filme não tem ritmo NENHUM. É tudo jogado. Tudo sem contexto. Aparenta que nem está pronto. Sem brincadeira, mas parece até que o cara entregou o “arquivo errado” para o estúdio mandar para os cinemas…

Sério… vergonhoso meus amigos.

1.5

Summary

Um grande personagem, uma grande hq, uma grande adaptação… pelas mãos de Del Toro. Temos aqui o que seria uma continuação interessante, mas que optou por ser um remake mais adulto e definitivamente mais desastroso. Sem carisma, sem força, sem peso, sem humor, sem sentido, sem montagem, sem roteiro, sem direção, sem sal, sem pé e cabeça… é com muita dor no coração que dou esta nota.

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