Crítica: Pica-Pau (2017)
“Uma pena que a Universal não tenha tratado Pica-Pau com o merecido carinho e o jogado nessa fria!”
Sinopse Oficial: O travesso Pica-Pau está metido em mais uma de suas insanas brigas por território. Os inimigos da vez são o vigarista Lance Walters (Timothy Omundson) e sua namorada Vanessa (Thaila Ayala). Precisando de dinheiro, eles estão determinados a construir uma extravagante mansão na floresta e lucrar com sua venda, mas Pica-Pau também mora no terreno e não pretende deixá-los em paz.
Ficha Técnica:
Direção: Alex Zamm
Roteiro: Alex Zamm
Elenco: Thaila Ayala, Timothy Omundson Graham Verchere, Scott McNeil
Nacionalidade e lançamento: Estados Unidos, 2017 (05 de outubro de 2017 no Brasil)
Um dos personagens infantis mais icônicos da televisão mundial é o Pica-Pau. Criado em 1940 pelo desenhista americano Walter Lantz, o desenho foi inspirado num pica-pau verdadeiro que atrapalhou a noite de núpcias do artista. O pássaro maluco do topete vermelho mais famoso do mundo atravessou gerações com seu humor inconfundível e parcerias com excelentes coadjuvantes como Zeca Urubu, Jacaré Zé, Leôncio e o cavalinho Pé-de-Pano.
Por esses motivos, não era de se estranhar que um dia algum executivo da Universal tivesse a óbvia ideia de produzir um longa live-action daquele que já foi principal símbolo da empresa. Demorou até… Se a turma do Pernalonga, Gasparzinho, Os Flintstones e os desconhecidos Alceu e Dentinho já tiveram seu próprio filme… O Pica-Pau certamente merecia.
Aí está o grande problema no desenvolvimento de Pica-Pau (2017). O filme pouco emula o espírito satírico e avoado que consagrou o Pica-Pau. A Impressão que o longa passa é de que aquele bicho lá não é o velho Woody (como os gringos conhecem o Pica-Pau… ele tem nome sabia?). Se trata apenas de um desenho bonachão, genérico e aleatório.
Tudo nesta versão live-action é artificial demais: o roteiro, as atuações, as interações com o CGI, a fotografia. Você até consegue se divertir em alguns poucos momentos, porém o filme lembra bastante aquelas adaptações horríveis de desenhos clássicos realizada nos anos 90, e que hoje são rejeitadas até pelo Corujão II e pelo Telecine Pipoca.
Embora seja muito prejudicada por um roteiro deprimente, a aguardada estreia em terras hollywodianas da brasileira Thaila Ayala é sofrível e muito digna da escola Fiuk de dramaturgia. Se a atriz paulista quiser realmente se estabelecer em solo americano… terá que evoluir muito. O cinema do tio Sam é implacável com estrangeiros que não se dispõem a evoluir no quesito interpretação.
A estrutura do enredo em Pica-Pau (2017)é muito simples e não sustenta os quase 90 minutos da película. É louvável o tom de mensagem de preservação ambiental proposto pelo roteirista Alex Zamm, que também assina a direção, mas há pouco desenvolvimento nos arcos, o que acaba tornando a história preguiçosa, mambembe e clichê. Estes elementos se somam a protagonistas sem o mínimo de carisma, que contracenam com um cosplay do pássaro topetudo, que nem de longe lembra o desenho galhofeiro e pioneiro nos memes.
Independente deste filme que é um grande erro, Pica-Pau é um programa lendário do humor na televisão. Um verdadeiro mito! Indicado ao Oscar em três oportunidades distintas na década de 40… é uma pena que a Universal não tenha tratado o amigo do Pé-de-pano com o merecido carinho e o jogado nessa fria, direto para a cerimônia do Framboesa de Ouro, a premiação destinada aos piores filmes do ano.
Resumo
“Independente deste filme que é um grande erro, Pica-Pau é um programa lendário do humor na televisão. Um verdadeiro mito! Indicado ao Oscar em três oportunidades distintas na década de 40… é uma pena que a Universal não o tenha tratado com o merecido carinho e o jogado nessa fria, direto para a cerimônia do Framboesa de Ouro, a premiação destinada aos piores filmes do ano.”