Normal ou extraordinário?

“Por vezes são as pessoas que ninguém espera nada, que fazem as coisas que ninguém sequer imagina” (Joan Clarke).

Qual destas duas palavras melhor descrevem você? Qual das duas, indica o que você espera da vida?

Alan Mathison Turing foi um matemático inglês que decifrou códigos nazistas durante a segunda guerra mundial. Ora, somente por esta breve introdução você já deve imaginar que a vida dele foi extraordinária. Sim, foi mesmo, mas não sem alguns sacrifícios.

Durante anos Alan manteve o seu trabalho em segredo, dedicou tempo, planejamento e paciência. Ele queria fazer algo extraordinário. Ao final da guerra, o matemático sofreu um processo criminal por ser homossexual – os atos de homossexualidade eram ilegais no Reino Unido. Foi submetido a um tratamento hormonal, como alternativa à prisão, e suicidou-se em 1954, antes mesmo de completar 42 anos.

A vida de Alan não foi fácil, mas algo o impulsionava a fazer o extraordinário. A ideia de solucionar um desafio o motivava a ir além do estabelecido, do confortável. O longa “O Jogo da Imitação” (2014), do diretor Morten Tyldum, conta um pouco da história de vida deste incrível ser humano. Complexo e pouco habilidoso nas suas relações sociais, Alan (Benedict Cumberbatch) superava todas as expectativas em seu trabalho. Muitos o caracterizariam como gênio, outros, como louco.

Com frequência nossas vidas limitam-se ao normal, ao comum, ao que pode ser feito. Mas quem disse o que pode ou não ser feito? O que nos motiva a dar um passo além do que outros deram? O que pode nos levar ao limite?

Algumas pessoas não contentam-se com o comum, querem mais, querem o extraordinário. Para fazer algo relevante é preciso sacrificarmos, em parte, nossos interesses pessoais, é necessário abrir os olhos para o mundo. Trabalhar em algo que fuja do nosso controle individual, que traga uma contribuição social maior. Somos parte de uma sociedade e podemos sim ajudar a construir algo ainda melhor. Afinal de contas, o que somos sem as utopias, os sonhos e a vontade de ser extraordinário?

O que você sabe fazer? O que poderia ensinar para os outros? Olhe para trás e  identifique o que já construiu. Quais foram as suas contribuições? Qual é a sua causa? Qual é o seu propósito? O que você acredita sobre a vida? Seja extraordinário do seu jeito, um pouco por dia. Podemos sempre ser mais do que os outros esperam. Busque os instrumentos que precisa, converse com as pessoas que lhe interessam, siga o caminho que faça sentido, ofereça “algo a mais”.