Vivendo a Crítica [Intocáveis]
Quando trabalhamos com cinema o nosso conhecimento acaba virando o nosso instrumento de trabalho. Diante do conhecimento que adquirimos durante os anos, às vezes generalizamos sem querer as ideias, as técnicas, as atuações e principalmente o roteiro produzido. Tudo se conecta em um emaranhado de ideias malucas que o diretor reza para que dê certo, que todos os detalhes sejam concretizados diante as lentes de uma câmera. A experiência, o momento, são características importantes para se apaixonar por um trabalho cinematográfico.
Então vamos falar sobre filmes.
Dia 29/06 deste ano, resolvi parar tudo o que eu estava fazendo, poder me jogar no sofá desfrutando-me de um bom filme na televisão, estava bom de mais para ser verdade, nenhum predador me rondando, com o intuito de abocanhar o controle remoto de minhas mãos. Depois de bebericar um copo de Pepsi com vinho me sentia um francês mimado. Ok. Por coincidência iria passar na televisão o filme “Intocáveis”, quando vi o título do filme na programação do canal, me veio a mesma sensação quando tive ao ter assistido pela última vez.
Intocáveis é um filme de 2011 dirigido por Olivier Nakache e Eric Toledano, distribuído pela California Filmes. Conta uma história por contrastes, Philippe (François Cluzet) um aristocrata “cheio da grana”, sofre um acidente que o deixa tetraplégico, Driss (Omar Sy) um imigrante senegalês pobre, que tem a vida um pouco conturbada. Eles veem as suas vidas se entrelaçarem no momento que Philippe precisa contratar um novo assistente, diante suas escolhas Philippe acaba por escolher Driss ao perceber que ele não o trata como um peso morto, mas como um amigo. Ao decorrer da história vemos as desigualdades de todos os ângulos, indo do físico ao social, extremos de culturas que estão próximas, mas às vezes se tornam inalcançáveis. O roteiro com humor e humanismo faz com que possamos viajar entre os pontos citados, acompanhando o crescimento de uma amizade.
Bem, essa foi a mensagem que eu entendi na primeira vez que assiste “Intocáveis”, na segunda vez foi diferente.
Pois como alegria de pobre dura pouco quando o filme estava pra começar, o “batalhão” daqui de casa chegou. Vociferados por me lembrar: “Costa do Marfim e Grécia, Costa do Marfim e Grécia…”
Resumindo assistimos ao filme, contudo no momento em que chegava os comerciais, era um desespero pra trocar de canal e olhar o placar do jogo do mundial, e foi assim durante todo o filme, enquanto meu pai e meus irmão assistiam ao filme na sala, eu estava na cozinha com a minha mãe preparando Miojo com Bacon, um Miojo com Bacon de humilhar qualquer Miojo que já tenha sido feito.
Eu amo minha família e isso fez minha cabeça explodir, pois essa é a mensagem do filme. Você pode ser quem for, ter o que tiver, porém a felicidade vem das coisas simples: de ter alguém para compartilhar ideias, jogar conversa fora, ter apoio emocional, brigar por um controle remoto, preparar uma refeição, se construir uma amizade. E simplesmente rir por rir.
Agora venho perceber que até eu utilizei muito, os tão citados extremos sociais em minha alimentação naquele dia. Como foi feito no filme.