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Crítica: Screamboat: Terror a Bordo

Screamboat: Terror a Bordo
Direção:
Steven LaMorte
Roteiro: Steven LaMorte e Matthew Garcia-Dunn
Nacionalidade e Lançamento: Estados Unidos, 2025.
Elenco: David Howard Thornton, Allison Pittel, Amy Schumacher, Jesse Posey, Kailey Hyman
Sinopse: Na última balsa da noite em Nova York, passageiros e funcionários são perseguidos por um rato implacável, e o que deveria ser uma travessia pacífica se torna um massacre.

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No cinema, uma parte considerável do orçamento de uma produção é destinada ao marketing, afinal, é preciso atrair o interesse do público para que o filme faça bons números na bilheteria. Usar personagens já conhecidos é uma forma de facilitar essa divulgação e, assim, economizar. Esse é um dos motivos que fazem com que filmes baseados em tais personagens sejam anunciados no momento em eles caem em domínio público. Foi o que aconteceu recentemente com personagens como o Ursinho Pooh, que já virou um assassino em dois filmes na franquia Sangue e Mel. Bambi e Pinóquio também já têm adaptações de terror confirmadas, e é claro que o ratinho mais famoso da animação não poderia ficar de fora.

Os direitos autorais do curta de animação Steamboat Willie expiraram no primeiro dia de 2024, liberando, assim, as adaptações utilizando a versão do Mickey Mouse que aparece no desenho pilotando um barco a vapor. Não demorou nada a serem anunciados dois filmes: o fraco Mouse Trap: A Diversão Agora é Outra (sim, é esse mesmo o título), de 2024, e Screamboat: Terror a Bordo, que estreia nos cinemas brasileiros nesse primeiro de maio, sob direção de Steven LaMorte.

O enredo é muito simples: na balsa que faz o trajeto entre Manhattan e Staten Island, um grupo de passageiros azarados cruza o caminho de um rato assassino, que acorda com sede de sangue depois de passar décadas preso no porão da embarcação. Um ponto positivo logo de cara é Screamboat ter sido gravado em uma antiga balsa, agora fora de uso, com LaMorte, um nativo de Staten Island, aproveitando cada canto escondido dos passageiros como possível cenário da matança de Willie, incluindo, claro, a cabine do capitão.

Outro ponto que chama atenção é o nome de David Howard Thornton, que já tinha trabalhado com LaMorte em outra paródia, O Malvado: Horror no Natal (2022), e que é mais conhecido por interpretar o calado e violento palhaço Art na franquia Terrifier. Assim como essas criaturas, Willie também não fala, dando espaço para que Thornton trabalhe na expressividade que lhe é tão característica, mesmo debaixo da fantasia pesada de rato antropomórfico. Aliás, algo que me surpreendeu e jogou Willie direto no vale da estranheza nem foi tanto seu rosto, mas sim seu tamanho: o rato é mais ou menos da altura do joelho das pessoas e, dependendo da composição das cenas, se move de um jeito bem esquisito e, às vezes, parece nem estar no mesmo ambiente que os atores. E falando neles…

Optar pelo slasher ao fazer um filme desses não é uma escolha ao acaso. Aqui, considerando que a estrela é Willie, os personagens humanos são, em sua maioria, descartáveis, e a graça está em vê-los morrer das formas mais sangrentas e criativas, usando efeitos práticos na maior parte das cenas. Porém, como o foco não é bem o desenvolvimento das personagens, o roteiro nesse sentido é fraco e os atores são bem ruinzinhos. A graça está em vê-los soltar frases que fazem referência à Disney a todo momento, além das referências visuais, como as amigas que se vestem remetendo às princesas.

Pesando todas as coisas, dá pra dizer que, obviamente, Screamboat não se encaixa na categoria “terror elevado”, mas o ponto é que ele jamais tenta. LaMorte sabe que está fazendo um filme B e é honesto no que entrega ao público, que deve se divertir se aceitar essa proposta. A fórmula das paródias que zoam personagens que vêm de empresas riquíssimas não deve se prolongar por muito tempo, mas ainda pode render filmes interessantes. Considerando que o que a própria Disney vem entregando ultimamente são live actions insossos baseados nas suas próprias animações, prefiro ficar com as versões trash.

Nota: 3 /5

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