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Crítica: Better Man

Better Man – Ficha técnica:
Direção: 
Michael Gracey
Roteiro:
Simon Gleeson, Oliver Cole, Michael Gracey
Nacionalidade e Lançamento: 
Reino Unido, Estados Unidos, 2024.
Elenco: 
Robbie Williams, Jonno Davies, Steve Pemberton, Alison Steadman, Kate Mulvany, Frazer Hadfield, Damon Herriman, Raechelle Banno.
Sinopse: 
Conta a história da ascensão, queda e a ressurreição inesperada do cantor, que hoje é consagrado como um dos artistas britânicos mais vendidos de todos os tempos. Através de um novo foco nos altos e baixos da fama, inspirado na vida de Williams e na percepção que ele tem de si próprio.

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Cinebiografias costumam ser previsíveis na sua forma, normalmente uma fórmula para contar a trajetória de um artista. Da infância, passando pelos fracassos até o sucesso. Uma queda seguida de um ressurgimento. Aqui não é diferente. Só que Better Man acaba trazendo algo para a sua proposta que modifica tudo: o protagonista é interpretado por um macaco. 

A primeira vista pode soar estranho. E talvez seja para soar assim. A verdade é que o filme tem uma autoconsciência muito grande e usa do inusitado, inesperado e exagerado do macaco a seu favor. 

O longa se vale do personagem ser um macaco para tratar da psiquê de seu protagonista. O quanto o cantor Robbie Williams sempre se viu como outsider e o quanto sua persona carrega máscaras para não expor a própria fragilidade. Tudo isso em um grande espetáculo musical que abraça o exagero como forma de narrar. 

E o interessante é o quanto essa cinebiografia funciona para quem conhece a carreira do cantor quanto para quem nunca ouviu nenhuma música sua. 

Robbie Williams é um cantor britânico que apareceu na boy band Take That. Após sua saída da banda, tentou carreira solo e, depois de algum tempo, conseguiu chegar no topo das paradas. Só que sua carreira sempre foi marcada por polêmicas. Ele sempre foi festeiro, briguento e tinha um grande problema com o uso de drogas. E tudo isso é retratado no filme, só que a partir da visão do próprio artista. 

Better Man em nenhum momento pretende ser imparcial. Pelo contrário, o filme abraça a parcialidade e foge da sutileza. É o próprio Robbie Williams narrando sua história, do seu jeito. O filme não se isenta de retratar as falhas do seu protagonista, mas sempre as explica.

Aqui vemos o pior de um personagem para que em seguida possamos enxergar o que há de bom. E a narrativa enfraquece um pouco no retrato do relacionamento com seu pai, no quanto essa questão se torna a grande explicação para os seus problemas de autoestima e caráter. 

Ainda assim, a potência dos números musicais é tão grande que mesmo os pequenos problemas narrativos do filme não o prejudicam como um todo. 

É um filme frenético, envolvente e que te pega do início ao filme. Os números musicais são bem coreografados e funcionam dentro da história. Por mais que seja um cinebiografia com temática semelhante a várias outras, Better Man consegue ser honesto no que retrata e com números musicais que envolvem o espectador e o conectam com o personagem principal. 

Chega a ser revigorante em meio a tantas cinebiografias genéricas.

Nota: 4 /5

Robbie Williams é vivido por um macaco no primeiro teaser de “Better Man”

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