Jeffrey Dahmer era vizinho de Glenda Cleveland na vida real?

Saiba o que é real e ficção na série “Dahmer: Um Canibal Americano”

A mais nova minissérie do gênero true crime da Netflix, Dahmer: Um Canibal Americano, sobre a história de um dos maiores serial killers da história, deu o que falar nos últimos tempos.

A obra dirigida por Ryan Murphy investe em recontar toda a trajetória de Jeffrey Dahmer, desde sua infância caracterizada por um relacionamento familiar conturbado, até sua juventude macabra com passagens de assassinatos com atos canibais, necrofílicos e esquartejamentos.

Dahmer matou 17 jovens entre 1978 e 1991, em Wisconsin e em Ohio, nos Estados Unidos. Uma das principais pautas apresentadas na série eram as escolhas das vítimas que ele atraía para o seu apartamento. Isso porque a maioria das vítimas eram homens não-brancos, moradores de um bairro suburbano, que, por sua vez, sofriam de um preconceito enraizado pela própria polícia local.

Dentro da crítica que a série propõe em apresentar, ao exibir todas as falhas durante a investigação policial do caso de Dahmer, Glenda Cleveland, vizinha do canibal na obra, tem um papel importantíssimo na relação de Dahmer com as vítimas e as autoridades locais.

Glenda, durante toda a série, luta para conseguir salvar algumas das vítimas do canibal, e liga diversas vezes para os policiais, no objetivo de conseguir alguma resposta efetiva a todas as acusações contra Dahmer, que mencionava nas conversas com as autoridades. Dentre as principais, estava o cheiro forte de carne humana que Glenda havia de conviver em seu apartamento e nos corredores, além dos barulhos de materiais de marcenaria durante a madrugada.  

Entretanto, essa relação entre o caso Dahmer e Glenda Cleveland não foi apresentada de maneira totalmente verdadeira durante a série. Murphy utilizou em sua narrativa algumas mudanças ficcionais nesta relação de ambos, principalmente para que não houvesse tantas dúvidas do grande público no decorrer da história.

Não só as mudanças ficcionais de Glenda no caso para a série, a narrativa baseada em fatos reais também investe em outras mudanças dos acontecimentos relacionados às particularidades de Dahmer como assassino.

Sabendo disso, entenda o que é real e o que é ficção na minissérie do canibal americano:

1- Glenda Cleveland não foi vizinha de Jeffrey Dahmer na história real

Na verdade, Glenda morava em um apartamento próximo ao de Dahmer. A série investe na personagem de Glenda como vizinha do assassino para representar também as vivências reais de Pamela Bass, a mulher que foi vizinha de Dahmer na época.

Na vida real, Pamela Bass teria afirmado para as autoridades que o canibal fazia sanduíches com suposta carne humana para outras pessoas no prédio.

2- Segundo Dahmer, ele não suportou o gosto de sangue

A série mostra uma cena em que Jeffrey Dahmer, então empregado como flebotomista em um hospital local, experimenta o sangue de um dos pacientes. Ele leva a bolsa de sangue para sua casa, e bebe na pia de seu banheiro.

Na cena, podemos observar um nível de satisfação vinda de Dahmer ao finalizar o ato. Entretanto, o canibal na vida real depôs que chegou a provar sangue de um frasco, mas cuspiu logo em seguida

3- O cheiro do apartamento de Jeffrey incomodava os vizinhos

Os inquilinos do Oxford Apartments, o qual Dahmer cometeu a maior parte de seus assassinatos, realmente reclamavam constantemente do mau cheiro e gritos vindos de seu apartamento.

Além disso, o jornal Milwaukee Journal Sentinel afirmou que o síndico dos apartamentos teria ajudado Dahmer a limpar seu congelador uma vez, na tentativa de reduzir o mau cheiro.

4- Dahmer fazia as vítimas assistirem ao seu filme de terror preferido

Na série, o filme “O Exorcista” ganha destaque durante os assassinatos de Jeffrey Dahmer em seu apartamento. E sim, o canibal chegou a mostrar o filme de terror na tentativa de esquartejar Tracy Edwards, o homem que consegue escapar do assassinato e acusá-lo pela tentativa a policia.

No entanto, o longa que ele apresentou no caso real para Edwards foi “O Exorcista 3”.