Crítica 2: Sem Ressentimentos – 44ª Mostra de São Paulo
Sem Ressentimentos aborda o drama de jovens iranianos refugiados na Alemanha. Que além de enfrentar o preconceito étnico lidam também com a discriminação por conta da homossexualidade. O longa poderia ilustrar, mesmo que superficial, os problemas reais do documentário Welcome to Tchechnya.
A história acompanha três personagens, com maior destaque para Parvis, um jovem filho de iranianos exilados, que após roubar uma garrafa de bebidas em uma festa é obrigado a fazer trabalhos comunitários dentro de refugiados. Lá ele se apaixona por Amon, que fugiu do Irã com sua irmã, Banafshe.
Aos poucos os três vão se tornando grandes amigos e como qualquer jovem, o trio parte pelas noites se divertindo e se divertindo. A direção do jovem Faraz Shariat, em seu primeiro longa, é interessante e apresenta uma nova perspectiva sobre juventude e autodescoberta.
Apesar dos clichês de um filme de romance e amizade, o longa ganha peso e conteúdo ao discutir acerca dos refugiados advindos de países mulçumanos. Os quais enfrentam a xenofobia e a homofobia.
O filme explora o sentimento de não-pertencimento presente na vida dos refugiados e imigrantes. E toca em assuntos como a fetichização do imigrante. A crítica implícita sobre as políticas de proteção aos imigrantes também deve ser elogiada.
Para os países que recebem e depois deportam refugiados, não importa se eles serão mortos ao retornar ao seu país de origem. A direção tenta evidenciar, que as leis não são humanizadas, e os governos não visam proteger.