Crítica: My Little Sister – 44ª Mostra de São Paulo
“Eu quero morrer antes de você, só para irritá-lo.”
Nada definiria melhor a relação de irmãos do que esta frase do filme. Quem tem irmãos provavelmente irá compreender esse relacionamento que envolve brigas, discussões e irritações, mas no fundo é uma demonstração de amor, um tanto peculiar.
E My Little Sister é dedicado a cumplicidade dos irmãos. Uma intimidade que se torna mais intensa para o espectador quando descobrimos que Lisa (Nina Hoss) e Sven (Lars Eidinger) são irmãos gêmeos. Contudo o grande destaque da história é Lisa, a “irmã mais nova”, a qual vive verdadeiros dilemas de vida – conflitos familiares, sua carreira como dramaturga e a doença de Sven. Por outro lado, Sven é um ator, que devido seu câncer precisa se afastar dos palcos e sofre por isso.
O drama contido em My Little Sister tende a não funcionar com todos, porém o longa tem muitos méritos a serem destacados. Entre eles, as ótimas atuações, principalmente de Nina Hoss, a qual entrega uma personagem intensa, entrando em ebulição.
O filme não cede aos clichês habituais, e entrega cenas cheias de humor, dedicação, sacrifício, mas também muita raiva e uma tristeza de quem luta, sem desistir de quem amamos. Tudo isso para humanizar ao máximo seus personagens.