44ª Mostra de SP: O que assistir? Parte II
Agora falta pouco para o início da 44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. A partir de quinta-feira (22/10) os cinéfilos vão poder se esbaldar nos quase 200 filmes selecionados deste ano. E o Cinem(ação) já está a todo vapor acompanhando as produções e produzindo as críticas, tudo isso pra te ajudar na hora de escolher quais filmes assistir.
E para facilitar mais a sua experiência com a Mostra de SP na semana passa publiquei uma lista com 10 filmes para você ficar ligado, e hoje, trago mais algumas produções para colocar no radar. Além desses filmes você pode dar uma olhada nas críticas publicadas ao longo da semana e anotar para não perder.
Vale lembrar que todos os filmes estarão disponíveis na plataforma digital Mostra Play. Cada filme terá o valor de apenas R$ 6,00 reais.
Confira a lista:
Vivos (Alemanha, México) – Documentário
Dirigido pelo chinês Ai Weiwei, o documentário aborda o caso de um grupo de estudantes da Escola Normal Rural Raúl Isidro Burgos, do povoado de Ayotzinapa, em Guerrero — estado mexicano fortemente afetado pelo tráfico de drogas –, que durante uma viagem de ônibus pela cidade de Iguala, foram brutalmente atacados por forças policiais e outros agressores mascarados. No decorrer da noite, seis pessoas foram mortas, dezenas ficaram feridas e 43 estudantes desapareceram. Neste documentário, Ai Weiwei retrata o impacto da permanente crise de desaparecimentos forçados no México. O filme foi exibido nos festivais de Sundance e CPH:DOX.
O Charlatão (República Tcheca) – Ficção
Exibido no Festival de Berlim, o longa O Charlatão, de Agnieszka Holland, foi o escolhido pelo país para concorrer pela vaga na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar 2021.
Sinopse: Inspirado na história do herborista Jan Mikolasek, que dedicou a vida aos cuidados de pessoas doentes, apesar dos imensos obstáculos que enfrentou nas esferas pública e privada. Nascido na virada do século 20, Mikolasek ganha fama e fortuna usando métodos de tratamento pouco ortodoxos para curar uma ampla gama de doenças. Renomado na Tchecoslováquia antes da Segunda Guerra Mundial, o curandeiro aumenta a reputação e a riqueza durante a ocupação nazista e sob o regime comunista. Todos esses regimes, um após o outro, se beneficiam das habilidades de Mikolasek e dão proteção a ele em troca. Mas quão altos devem ser os custos para manter esse status quando as coisas mudarem?
Welcome to Chechnya (EUA) – Documentário
O documentário nos leva para dentro do trabalho de um grupo clandestino de ativistas que enfrentam enormes riscos para resgatar vítimas LGBTQ da brutal campanha governamental da Chechênia. A república, que faz parte da federação russa, é um local onde a comunidade LGBTQ vive sob medo, ameaça de detenção, tortura e morte, ações que, na maioria das vezes, são cometidas pelas mãos das próprias autoridades.
O documentário é dirigido pelo cineasta e jornalista investigativo David France, que estreou na direção com How to Survive a Plague (2012), o qual venceu diversos prêmios e foi indicado ao Oscar de Melhor Documentário. Welcome to Chechnya foi exibido e premiado nos festivais de Berlim, Sundance e Hot Docs.
Já tem crítica aqui no Cinem(ação).
Nova Ordem (México, França) – Ficção
Nova Ordem é um dos filmes mais esperados desta edição. O longa-metragem que será o filme de abertura da Mostra foi o vencedor do Leão de Prata e do Leoncino d’Oro Agiscuola do Festival de Veneza. O filme também foi exibido nos festivais de San Sebastián e de Toronto.
Sinopse: Enquanto a Cidade do México ferve com protestos, em um bairro chique, um casamento luxuoso da elite mexicana dá errado. Uma revolta inesperada abre caminho para um violento golpe de Estado. Visto pelos olhos de Marianne, a jovem e simpática noiva, e dos criados que trabalham para —e contra— sua família abastada, o filme mostra o colapso de um sistema político, enquanto ele é substituído por algo ainda mais angustiante.
Minha Irmã (Suíça) – Ficção
A produção suíça é mais um longa que busca uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar 2021. Exibido no Festival de Berlim a ficção narra a história de Lisa, uma ex-dramaturga, que após desistir de suas ambições em Berlim se muda para a Suíça com sua família.
Ainda que esteja longe, seus pensamentos continuam na capital alemã, onde se encontra seu irmão gêmeo Sven, um famoso ator de teatro. Porém, quando Sven é diagnosticado com leucemia, Lisa volta para a Alemanha e faz tudo o que está ao seu alcance para levá-lo de volta aos palcos e, assim, dar a ele alguma esperança e força para a luta contra a doença.
Crianças do Sol (Irã) – Ficção
Exibido no Festival de Veneza, Crianças do Sol narra a história de Ali, um garoto de 12 anos de idade que, junto de três amigos, trabalha duro para sobreviver e sustentar sua família. Eles fazem serviços corriqueiros em uma garagem e cometem pequenos crimes para ganhar algum dinheiro rápido. Em uma reviravolta do destino que soa mais como um milagre, Ali é encarregado de encontrar um tesouro. Ele recruta os amigos, mas para acessar o túnel onde essa preciosidade está escondida, o trio deve se matricular na Escola do Sol, uma instituição de caridade que tem como objetivo educar meninos de rua e crianças sob o regime de trabalho infantil, e que fica justamente perto de onde o tesouro está localizado.
Vale lembrar que o longa saiu com o prêmio de melhor jovem ator para Rouhollah Zamani no Festival de Veneza.
Uma Máquina para Habitar (EUA) – Documentário
Essa produção se trata de um documentário um tanto curioso. O longa explora e conecta a arquitetura de Brasília, com as construções icônicas de Oscar Niemeyer, e o misticismo. Será que os formatos interessantes dos prédios captam energias cósmicas? Seria por isso que, em Brasília, afloraram ufólogos, cultos maçônicos e espiritualistas? A produção norte-americana mostra a capital brasileira como uma cidade que nasceu de desejos utópicos, mas não a retrata como uma vitória ou um fracasso e, sim, como um lugar que favorece cosmologias alternativas. Uma mistura de documentário com ficção científica que oferece poesia, mitos e um complexo retrato da vida.
Não Há Mal Algum (Irã, Alemanha, República Tcheca) – Ficção
O diretor iraniano Mohammad Rasoulof já tem uma grande experiência com a Mostra de São Paulo. Já foram três filmes, entre eles Adeus (2011) que lhe rendeu o prêmio de Melhor Diretor na seção Um Certo Olhar do Festival de Cannes. Dessa vez o cineasta volta com o longa Não Há Mal Algum, vencedor Urso de Ouro e do Prêmio do Júri Ecumênico no Festival de Berlim.
Sinopse: Todo país que aplica a pena de morte precisa de pessoas para serem os executores. No Irã, quatro homens são colocados diante de uma escolha impensável, mas, ao mesmo tempo, simples. Não importa a decisão que eles tomem, ela irá transformar de maneira corrosiva, direta ou indiretamente, eles mesmos, seus relacionamentos e a vida de cada um. As quatro histórias são variações de temas cruciais ao redor de questões morais e da pena de morte, e que questionam até que ponto a liberdade individual pode ser expressa sob um regime tirânico e suas ameaças aparentemente incontornáveis.
Miss Marx (Itália, Bélgica) – Ficção
Dirigido por Susanna Nicchiarelli, o filme traz a história de Eleanor, filha mais nove de Karl Marx. Ela está entre as primeiras mulheres a vincular feminismo e socialismo, e participa ativamente das reivindicações das trabalhadoras pelos direitos das mulheres e pela abolição do trabalho infantil. Em 1883, porém, Eleanor conhece Edward Aveling e sua vida é destruída por uma apaixonada, mas trágica história de amor.
No Festival de Veneza, recebeu, entre outros, o prêmio de melhor filme pela Associação Italiana de Cineclubes. O filme também participou do Festival de San Sebastián.
Nem Herói nem Traidor (Argentina) – Ficção
O filme argentino se passa em Buenos Aires, em 1982, e acompanha Matías, um jovem de 19 anos que acabou de concluir o serviço militar e agora sonha em estudar música na Espanha. Ele precisa convencer o pai, que se opõe à ideia, e a namorada, que reluta em mudar de país. Em pouco tempo, porém, tudo muda: a Guerra das Malvinas eclode, e Matías é forçado a amadurecer ao ser novamente envolvido no serviço militar. Será a deserção seu primeiro ato como adulto?