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James Horner
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As Trilhas de James Horner

Após homenagear o gênio Ennio Morricone, é hora de relembrar outro grande nome do Cinema, o Maestro James Horner.

James Roy Horner, ou simplesmente James Horner, nasceu no dia 14 de agosto de 1953, filho do diretor de arte Harry Horner, ganhador de 2 Oscars, e de Joan Frankel, em Los Angeles. O maestro começou a tocar piano aos 5 anos de idade. Ele frequentou o Royal College of Music, em Londres, se formou na Universidade do Sul da Califórnia e fez doutorado na UCLA, onde passou a lecionar teoria musical após se formar.

Seu primeiro trabalho creditado no IMDB é de 1978, mas seu primeiro trabalho mesmo veio no ano seguinte, no filme The Lady in Red. Após isso o maestro não parou de trabalhar, e em 37 anos de carreira, James Horner colecionou mais 160 composições e trilhas sonoras, sendo 10 vezes indicado ao Oscar e tendo ganho 2 em 1998, pelo seu maior sucesso, a trilha sonora de Titanic. O último trabalho foi para refilmagem de Sete Homens e um Destino, dirigida por Antoine Fuqua, e com Denzel Washington, Chris Pratt e Ethan Hawke no elenco.

Último trabalho, porque infelizmente, no dia 22 de junho de 2015, o maestro nos deixou aos 61 anos de idade. No dia 22 de junho, James Horner, pilotava seu monomotor na região dos do Bosque Nacional de Los Padres, a 100km de Santa Barbara, na Califórnia, quando o avião caiu. O maestro morreu na hora. Na época, a morte do compositor causou grande comoção no meio artístico, principalmente porque o maestro deixou 3 trilhas sonoras prontas: Nocaute e o já citado Sete Homens e um Destino de Antoine Fuqua e Os 33 de Patricia Riggen.

Embora tenha nos deixado, sua obra ficou para eternidade como podemos ver na lista a seguir.

The Lady in Red (1979)
Primeira trilha de James Horner The Lady in Red

The Lady in Red, dirigido por Lewis Teague, foi o primeiro trabalho de James Horner como compositor. O filme de 1979, estrelado por Pamela Sue Martin, Robert Conrad, Louise Fletcher e Christopher Lloyd, é um filme de ação que conta a história de crime da filha pobre agricultor que deixa para Chicago, onde ela é enviada para a prisão, serve como prostituta, apaixona-se por um criminoso e, finalmente, tenta assalto a banco.

O filme é bem esquecido, e só merece destaque mesmo, por ser o primeiro trabalho de James Horner no cinema. Ao ouvir a trilha sonora, percebemos que ela é bem diferente dos trabalhos que depois nos acostumamos a ouvir. Mas é interessante notar que mesmo no início de sua carreira, o maestro já fazia um bom uso de piano, orgão e metais, algo que se tornaria padrão em suas trilhas sonoras.

Aos 0:30 segundos do vídeo acima é impossível não observar a assinatura do maestro.
Jornada das Estrelas II: A Ira de Khan (1982)
James Horner fez a trilha de Jornada nas Estrelas II - A Ira de Khan

Três anos após sua estreia, James Horner participou de sua primeira grande produção, Jornada nas Estrelas II – A Ira de Khan, de Nicholas Meyer. O filme, que é a segunda incursão da franquia no cinema, é um dos mais amados pelos fãs, principalmente por seu final inesperado. No filme, enquanto o almirante James T. Kirk e capitão Spock observam os cadetes da Academia da Frota Estelar, outra embarcação da Federação dos Planetas Unidos está prestes a testar o dispositivo Genesis para criar um planeta em uma parte deserta do espaço. No processo, dois dos oficiais de Kirk são capturados por Khan. Mais uma vez, Kirk assume o comando da Enterprise e encontra a nave de Khan em um confronto intergaláctico.

No filme James Horner teve a difícil tarefa de renovar a trilha sonora da série, que antes já havia sido renovada pelo mestre Jerry Goldsmith. E o maestro fez isso muito bem! Tanto que o filme e sua trilha é uma das melhores de toda a série. Confira abaixo!

Cocoon (1985)
Cocoon

Em 1985, James Horner se juntou pela primeira vez com Ron Howard e compôs a maravilhosa trilha sonora do Clássico da Sessão da Tarde Cocoon. No filme extra-terrestres vem a Terra com a missão de recuperar casulos com seres de outro planeta, sendo que enquanto os casulos vão sendo recuperados eles são colocados em uma piscina, energizada pelos alienígenas. Mas os extraterrenos ignoram o fato desta piscina ser utilizada por três idosos moradores de um asilo, que logo passam a ter uma disposição fantástica.

Esse filme, ganhador de dois Oscars, foi um grande sucesso em 1985 e trás em sua trilha sonora um dos seus grandes trunfos. A trilha leve e contagiante, com muitos instrumentos de cordas, marca registrada de James Horner, é uma obra de arte que dá ao filme a carga emocional necessária que conquista a todos.

Comando Para Matar (1985)
Comando para Matar outro que teve trilha de James Horner

Ainda em 85, James Horner esteve em outro grande sucesso da Sessão da Tarde e um clássico dos Macho Movies Comando Para Matar, dirigido por Mark L. Lester e estrelado por Arnold Schwarzenegger. No filme Arnold é John Matrix, um coronel aposentado há dez anos que vive para Jenny, sua filha. Repentinamente ela é seqüestrada por Arius, um ex-ditador latino-americano que espera recuperar o poder, e que para isto chantageia Matrix, ordenando-o que mate o presidente Velasquez, o atual mandatário. Mas John foge do avião e tem só 11 horas para resgatar Jenny antes que descubram que escapou e não pretende cometer nenhum assassinato. Na sua tentativa só encontra obstáculos pelo caminho e a única pessoa que fica do seu lado é Cindy, uma aeromoça.

Certo esse é um filme bem abaixo de todos da lista, e hoje em dia não funciona mais. Mas ele tinha de estar na lista. Por três motivos: Primeiro, embalado pelo sucesso da fanquia Conan e de Exterminador do Futuro, o filme foi um sucesso de público e estabeleceu de vez Arnold como um dos maiores astros de ação da década de 80. Segundo, o filme é um clássico dos Macho Movies e da sessão da tarde. Terceiro, esse é um dos poucos filmes de ação em que James Horner fez a trilha sonora, e ele usa sintetizadores como nunca antes tinha usado, além de usar elementos eletrônicos e do pop da década de 80 de forma tão perfeita que a trilha é deliciosa de se ouvir.

Aliens: O Resgate (1986)
James Horner ganhou sua primeira indicação ao Oscar com Aliens - O Resgate

1986 foi um ano mágico de James Horner. Ele teve 2 indicações ao Oscar e 3 filmes inesquecíveis. O primeiro deles, é sua primeira parceria de sucesso com James Cameron, Aliens: O Resgate. Continuação do clássico de 1979 dirigido por Ridley Scott, Aliens: O Resgate é uma das melhores continuações do cinema. O filme se passa cinquenta e sete anos após os acontecimentos do primeiro filme. Ellen Ripley, a única sobrevivente da tragédia espacial, acorda do sono criogênico e descobre que o local onde tudo ocorreu com sua nave foi colonizado por humanos. Inicialmente relutante, ela aceita retornar para enfrentar seu pior pesadelo e tentar salvar as setenta famílias que lá habitam.

Ganhador de 2 Oscars e indicado a outras 7 estatuetas, entre elas a de Melhor Atriz para Sigourney Weaver, foi aqui que James Horner conseguiu sua primeira indicação pela espetacular trilha sonora. Aqui, o maestro fez uma mistura de sintetizadores, com instrumentos de cordas e efeitos sonoros de ação que nos dão a sensação de medo, angústia, de urgência. A trilha acompanha perfeitamente o filme, e combina de forma espetacular com cada cena. No primeiro texto dessa série, onde falei sobre Ennio Morricone questionei porque A Missão perdeu o Oscar de Melhor Trilha Sonora para Por Volta da Meia Noite, agora eu pergunto como A Missão e Aliens: O Resgate perderam para o esquecível filme de Bertrand Tavernier? Coisas de Oscar!

Fivel – Um Conto Americano (1986)

Clássica animação, esquecida dos anos 80, Fievel – Um Conto Americano, dirigido por Don Bluth, é uma daquelas animações fora da Disney que encantou o mundo. O filme conta a história dos ratinhos da família Ratowitz que imigram da Rússia para os Estados Unidos no final do século 19 para escapar do regime czarista. Eles foram em busca do sonho americano e acreditavam que o novo continente era um paraíso de ruas pavimentadas com queijo e sem gatos. Quando finalmente chegam em Nova York, o ratinho Fievel acaba se perdendo do resto de sua família e descobre que a realidade dessa “terra de oportunidades” é bem mais hostil do que ele esperava. Ele inicia uma saga para reencontrar seus familiares e sobreviver durante essa jornada faz amigo e enfrenta muitos desafios.

O filme é uma obra prima esquecida que merece ser assistida. Com produção de Steven Spielberg, o filme conta com a trilha sonora sensível e emocionante de James Horner. A trilha merecia uma indicação ao Oscar com toda certeza, mas acabou ficando apenas com a indicação de Melhor Canção para Somewhere Out There. Mas infelizmente aquele ano não tinha jeito para James Horner ganhar seu primeiro Oscar, afinal foi o ano de Top Gun – Ases Indomáveis e a inesquecível Take My Breath Away. Mas tenho certeza que se o filme fosse da Disney James Horner teria levado seu primeiro Oscar aqui!

PS: Enquanto escrevia sobre esse filme, ouvi Somewhere Out There e logo em seguida Take My Breath Away. Não tem jeito a música de Top Gun é melhor!

Clipe da Música  Somewhere Out There cantada por Linda Ronstadt & James Ingram para o filme Fievel – Um Conto Americano indicada ao Oscar.
O Nome da Rosa (1986)

Estou falando que 1986 foi um ano especial para James Horner. O Nome da Rosa, dirigido por Jean-Jacques Annaud, baseado no livro de Umberto Eco, com Sean Conery, Christian Slater, em seu segundo trabalho no cinema, e F. Murray Abraham, trás uma belíssima trilha sonora usando uma mistura de cantos gregorianos, instrumentos de cordas e até gaita de foles para criar uma trilha sonora soturna, gótica e obscura que dá o tom sombrio desse thriller de suspense passado num monastério da Itália.

Passado em 1327 o filme mostra William de Baskerville, um monge franciscano, e Adso von Melk, um noviço, chegando a um remoto mosteiro no norte da Itália, onde William pretende participar de um conclave para decidir se a Igreja deve doar parte de suas riquezas, mas a atenção é desviada por vários assassinatos que acontecem no mosteiro. William de Baskerville começa a investigar o caso, que se mostra bastante intrincando, além dos mais religiosos acreditarem que é obra do Demônio. William de Baskerville não partilha desta opinião, mas antes que ele conclua as investigações Bernardo Gui, o Grão-Inquisidor, chega no local e está pronto para torturar qualquer suspeito de heresia que tenha cometido assassinatos em nome do Diabo. Como não gosta de Baskerville, ele é inclinado a colocá-lo no topo da lista dos que são diabolicamente influenciados.

Esnobado pela Academia, o filme é um clássico esquecido que merece ser assistido, senão por sua trama, pelo menos pela trilha belíssima de James Horner.

Campos dos Sonhos (1989)

Clássico cult da década de 80, indicado a 3 Oscars, incluindo Filme e Trilha Sonora, Campos dos Sonhos, dirigido por Phil Alden Robinson, também tem um dedinho do maestro James Horner. No filme estrelado por Kevin Costner, um fazendeiro de Iowa, Ray Kinsella, ouve a seguinte frase: “se você construir, ele virá”. No início Ray achou que era apenas sua imaginação, pois sua mulher, Annie, não ouviu nada e a filha deles, Karin, também nada escutou. Além disto a voz não explicava o que devia construir e quem viria em razão disto. Ray tem algumas visões e entende que deverá construir um campo de baseball, o que fará com que “Shoeless” Joe Jackson volte a jogar. Acontece que Joe não jogava há mais de 50 anos, pois em 1920, juntamente com outros 7 jogadores, foi acusado de entregar o campeonato e impedido de jogar para sempre. Joe nem estava vivo e, mesmo sabendo que construir um campo de baseball iria afetar sua plantação de milho e o deixaria em uma delicada posição financeira, Ray resolve acatar o pedido da voz. O que estava para vir era algo que Ray e sua família não poderiam imaginar.

Esse clássico melodramático de beisebol se tornou um grande sucesso de público e crítica e deu a James Horner sua 3ª indicação ao Oscar de Melhor trilha sonora. Aqui o maestro faz um mix instrumentos de cordas, sopro e piano que dá a trilha um toque oitentista e encaixa perfeitamente na temática do filme e que emociona só de se ouvir.

Tempo de Glória (1989)

Ainda em 1989, James Horner fez outra trilha sonora marcante, esnobada pela Academia, e melhor que a sua trilha indicada. Estou falando da trilha sonora do filme Tempo de Glória, dirigido por Edward Zwick. Estrelado por Matthew Broderick, Denzel Washington (que ganhou seu primeiro Oscar por esse filme) e Morgan Freeman, esse filme histórico conta a história do primeiro batalhão composto exclusivamente por soldados negros durante a Guerra Civil Americana.

O filme foi indicado a 5 Oscars e ganhou 3, incluindo de Melhor Ator Coadjuvante para Denzel Washington, mas incrivelmente sequer foi lembrado na categoria de Melhor Trilha sonora. Aqui James Horner faz um trabalho brilhante ao usar de forma genial um coro lírico que dá a trilha a dramaticidade necessária. Além disso o uso dos tambores tão presentes no exército americano da época dá um toque especial a trilha do maestro, que infelizmente foi ignorada na época, mas hoje é sempre lembrada entre os seus maiores trabalhos.

Lendas da Paixão (1994)

Eis aqui um filme que eu até hoje não consigo entender o motivo do ódio das pessoas por ele. Nove em cada dez críticos de cinemas massacram esse filme, tanto é que Lendas da Paixão, de Edward Zwick, tem apenas 55% de aprovação no Rotten Tomatoes. Mas a verdade é que eu amo esse filme e principalmente sua trilha sonora que acho ser um dos melhores trabalhos da carreira de James Horner.

No filme três irmãos, Alfred é o mais velho e reservado, o caçula Samuel é o protegido por todos, e o do meio, Tristan aprendeu com os índios a ter um espírito aventureiro. Ao trazer de volta para o rancho do pai uma bela jovem, noiva de Samuel, os irmãos se encantam por ela e iniciam um conflito de paixões que pode terminar em tragédia para sua família.

Mas por mais que você não goste de Lendas da Paixão, uma coisa ninguém pode negar, a trilha composta por James Horner é incrível! Pra mim uma coisa que distingue uma trilha sonora genérica de uma trilha sonora de peso e marcante, é o fato de você ao ouvir os primeiros toques dessa trilha e identificar a qual filme aquela música pertence. E isso acontece logo de cara na trilha de Lendas da Paixão, ao ouvir os primeiros acordes é impossível não associar ao filme. Os instrumentos de corda são inconfundíveis, o piano é marcante. A trilha como um todo é inconfundível. Na verdade essa trilha é apenas uma amostra do que viria nos próximos anos nas composições de James Horner.

Coração Valente (1995)

1995 foi o começo do ápice da carreira de James Horner, com mais duas indicações ao Oscar, e com aquele que considero o seu melhor trabalho, Coração Valente, dirigido e protagonizado por Mel Gibson. Clássico dos anos 90 ganhador de 5 Oscars, incluindo Melhor Filme e Diretor, o filme conta a história de William Wallace, cuja esposa é morta por soldados, bem na sua noite de núpcias. Para vingar a amada, ele resolve liderar seu povo em uma luta contra o cruel Rei inglês Edward I. Com a ajuda de Robert e Bruce, ele vai deflagrar uma violenta batalha com o objetivo de libertar a Escócia de uma vez por todas.

O filme é um grande sucesso de público e crítica, embora tenha várias falhas históricas, é um filmaço. E a trilha de James Horner é a cereja do bolo. Misturando elementos já comuns em sua trilha, com a gaita de fole escocesa e o uso de flauta doce e tambores, elementos tipicamente medievais, a trilha sonora nos transporta para a Escócia do século XIV e torna cada cena do filme inesquecível. A trilha foi indicada ao Oscar de Melhor Trilha Sonora de Drama, mas injustamente perdeu para a trilha de O Carteiro e o Poeta, que é boa realmente mas nem tanto assim.

Apollo 13 – Do Desastre ao Triunfo (1995)

No mesmo ano de Coração Valente, o maestro James Horner repetiu a parceria de sucesso com Ron Howard, agora no filme Apollo 13 – Do Desastre ao Triunfo. Nesse drama, baseado em fatos, três astronautas americanos a caminho de uma missão na Lua sobrevivem à uma explosão, mas precisam retornar rapidamente à Terra para poderem sobreviver, pois correm o risco de ficarem sem oxigênio. Além disto existe o risco de, mesmo retornando, a nave ficar seriamente danificada, por não suportar o imenso calor na reentrada da órbita terrestre.

A trilha sonora, também indicada ao Oscar, é uma das melhores coisas do filme, que sem ela viraria um simples dramalhão de filme espacial. Embora o filme seja muito criticado pela direção pesada no drama, que é uma marca registrada de seu diretor, a trilha dá ao filme um tom necessário e por vezes urgentes nos momentos necessários. Por exemplo, no momento em que ouvimos a frase mais famosa do filme, “Houston, we have a problem”, começamos a ouvir uma trilha que cria em nós uma tensão indescritível. A trilha te leva pra dentro do filme de forma magistral. A mistura de tambores e instrumentos de cordas cria uma sensação de perigo que nos deixa na ponta da cadeira.

Jumanji (1995)

Mais um clássico de nossa infância e da sessão da tarde na lista. Dessa vez é Jumanji, dirigido por Joe Johnston e com o saudoso Robin Williams e Kirsten Dunst, o filme também tem o dedo de James Horner na trilha sonora inesquecível. No filme, em 1869, dois garotos apavorados enterram um baú e, cem anos depois, o filho de um empresário descobre que dentro dele há um jogo chamado Jumanji. Quando começa a jogar com uma amiga, ele logo é penalizado a ficar na floresta até que alguém tire cinco ou oito. Como na jogada seguinte ela é atacada por morcegos, em virtude de seu posicionamento no tabuleiro, o jogo é interrompido e ele imediatamente fica preso dentro de Jumanji. Mas, vinte e seis anos depois, duas crianças começam a jogar e uma acaba libertando-o. Porém, a única forma de deixar tudo como antes é terminar a partida, mas para isto é preciso achar a participante da partida de 1969. Juntos eles enfrentam perigos, que surgem a cada jogada, e enquanto o jogo se desenrola a cidade se transforma em um caos, pois animais selvagens, plantas assassinas e até um caçador de pessoas saem do tabuleiro e vão permanecer enquanto o jogo não findar.

Esse clássico filme da nossa infância tem um elemento em sua trilha que a torna sua trilha marcante: o tambor. É impossível de se esquecer. A trilha de Jumanji mistura instrumentos de corda, de sopro, tambores africanos, piano elétrico e outros instrumentos comuns nas trilhas de terror, ao mesmo tempo usa elementos da comédia e do drama que tornam a trilha inesquecível e eclética. A trilha dá medo, faz rir e chorar nos momentos necessários. O que torna o filme inesquecível!

Titanic (1997)
Titanic

Em 1997, James Horner se juntou a James Cameron e se consagrou de vez com trilha sonora de Titanic. No filme, Jack Dawson é um jovem aventureiro que, na mesa de jogo, ganha uma passagem para a primeira viagem do transatlântico Titanic. Trata-se de um luxuoso e imponente navio, anunciado na época como inafundável, que parte para os Estados Unidos. Nele está também Rose DeWitt Bukater, a jovem noiva de Caledon Hockley. Rose está descontente com sua vida, já que sente-se sufocada pelos costumes da elite e não ama Caledon. Entretanto, ela precisa se casar com ele para manter o bom nome da família, que está falida. Um dia, desesperada, Rose ameaça se atirar do Titanic, mas Jack consegue demovê-la da ideia. Pelo ato ele é convidado a jantar na primeira classe, onde começa a se tornar mais próximo de Rose. Logo eles se apaixonam, despertando a fúria de Caledon. A situação fica ainda mais complicada quando o Titanic se choca com um iceberg, provocando algo que ninguém imaginava ser possível: o naufrágio do navio.

O filme foi um sucesso de publico e crítica ganhando 11 Oscars, incluindo Melhor Filme e Diretor. E nosso querido maestro finalmente foi reconhecido duplamente no Oscar. James Horner foi premiado pelo seu incrível trabalho na trilha do filme. Misturando o que ele tem de melhor cordas, sopro, pianos, coros, gaita fole, o maestro fez um trabalho irretocável. Também é daqui, a multipremiada My Heart You Go on que se tornou uma das músicas mais premiadas da história do cinema. A trilha de Titanic se tornou uma das mais vendidas da história e uma referência de trilhas e do trabalho de James Horner.

James Horner

Uma curiosidade pessoal, essa foi a minha primeira trilha sonora de filmes que vim a ter.

Uma Mente Brilhante (2001)

Em 2001 James Horner se juntou novamente com Ron Howard. Dessa vez eles trabalharam juntos no drama biográfico Uma Mente Brilhante. O filme conta a história de John Nash, um gênio da matemática que, aos 21 anos, formulou um teorema que provou sua genialidade e o tornou aclamado no meio onde atuava. Mas aos poucos o belo e arrogante Nash se transforma em um sofrido e atormentado homem, que chega até mesmo a ser diagnosticado como esquizofrênico pelos médicos que o tratam. Porém, após anos de luta para se recuperar, ele consegue retornar à sociedade e acaba sendo premiado com o Nobel.

O filme ganhador de 4 Oscars, incluindo Melhor Filme e Melhor Direção, deu ao maestro James Horner sua oitava indicação ao Oscar de Melhor Trilha Sonora. Aqui nós vemos o maestro trabalhar com elementos que se tornaram suas marcas registradas como os coros, violinos e outros instrumentos de cordas, tambores ao fundo, piano, tudo que deu certo antes ele repete aqui. Sinceramente esse que vos escreve não é muito fã dessa trilha. Acho que James Horner fez trabalhos infinitamente superiores, mas como essa trilha é importante na sua carreira ela é obrigatória na lista. Pra mim aqui o maestro se tornou repetitivo, mas claro ainda sim é uma trilha digna de uma grande maestro.

Casa de Areia e Névoa (2003)

Em 2004, James Horner voltou aos holofotes com mais uma trilha indicada ao Oscar. Dessa vez foi pelo drama Casa de Areia e Névoa, dirigido por Vadim Perelman e estrelado por Jennifer Connelly e Ben Kingsley. No filme, duas pessoas travam uma disputa até às últimas conseqüências. De um lado está Kathy, jovem que sofre profunda depressão após ter sido abandonada pelo marido. Por um erro do governo, ela é expulsa da casa em que morava. Inconformada, contrata um advogado para recuperar o que ela acredita ser o último símbolo de sua sanidade. Do outro lado está Massoud Amir Behrani, imigrante iraniano que comprou a casa de Kathy em leilão, o que para ele é a oportunidade de dar conforto à mulher e ao filho e de recuperar o padrão de vida que tinham no Irã.

O filme tem uma carga emocional pesadíssima, e a trilha de James Horner contribui e muito para isso. O uso do violino e outros instrumentos de corda, do piano e o uso de metais, dão a trilha um clima de tristeza e peso que combina perfeitamente com cada cena do filme. A cena final é um exemplo perfeito disso. Todo clima de tensão e tristeza, todo peso da história é sentindo a cada cena, a cada nota da trilha sonora. Tudo se encaixa de forma perfeita tornando o filme uma experiência dolorida, mas incrível.

Avatar (2009)

Em 2009 a dupla Horner e Cameron se juntaram novamente para mais um sucesso de público e crítica. O filme da vez foi Avatar. Indicado a 9 Oscars, incluindo Melhor Filme, Diretor e Trilha Sonora, a 10ª indicação de James Horner, e tendo ganho 3, o filme é praticamente um Pocahontas no espaço. No filme conhecemos Jake Sully, que ficou paraplégico após um combate na Terra. Ele é selecionado para participar do programa Avatar em substituição ao seu irmão gêmeo, falecido. Jake viaja a Pandora, uma lua extraterrestre, onde encontra diversas e estranhas formas de vida. O local é também o lar dos Na’Vi, seres humanóides que, apesar de primitivos, possuem maior capacidade física que os humanos. Os Na’Vi têm três metros de altura, pele azulada e vivem em paz com a natureza de Pandora. Os humanos desejam explorar a lua, de forma a encontrar metais valiosos, o que faz com que os Na’Vi aperfeiçoem suas habilidades guerreiras. Como são incapazes de respirar o ar de Pandora, os humanos criam seres híbridos chamados de Avatar. Eles são controlados por seres humanos, através de uma tecnologia que permite que seus pensamentos sejam aplicados no corpo do Avatar. Desta forma Jake pode novamente voltar à ativa, com seu Avatar percorrendo as florestas de Pandora e liderando soldados. Até conhecer Neytiri, uma feroz Na’Vi que conhece acidentalmente e que serve de tutora para sua ambientação na civilização alienígena.

E é incrível como James Cameron conseguia tirar o melhor de James Horner. A trilha é um trabalho impecável do maestro, que assim como outras de suas trilhas, como Coração Valente, Lendas da Paixão e Titanic, funciona fora do filme. Com tambores, metais, instrumentos de corda e sopro, e o coro, a trilha nos leva para o mundo dos Na’Vi de forma ímpar e emocionante. E pra quem não sabe o filme tem uma música lindíssima cantada por Leona Lewis, que incrivelmente não foi indicada ao Oscar.

E assim chegamos ao fim dessa viagem pelas trilhas sonoras de James Horner, claro que muita coisa ficou de fora, como as trilhas de Willow: Na Terra da Magia, Em Busca do Vale Encantado, Querida, Encolhi as Crianças, Coração de Trovão, O Dossiê Pelicano, Impacto Profundo, A Máscara do Zorro, Tróia, O Menino do Pijama Listrado, e tantas outras trilhas. O objetivo aqui é fazer uma homenagem a esse saudoso maestro e instigar vocês, queridos leitores, a conhecer sua obra incrível!

Em nosso próximo encontro, ficaremos aqui na terrinha. O homenageado da vez será o maestro Antônio Pinto. Até lá!

James Horner

Para ouvir mais trilhas de James Horner e conhecer mais de seu trabalho acesse o canal James Horner Community no Youtube.

Se você quiser ver seu compositor favorito aqui, ou se tem curiosidade de conhecer a obra de algum compositor deixe suas sugestões abaixo, que com certeza irei te atender!

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