[CASTING] A Floresta das Árvores Retorcidas
É com muito orgulho que começamos o que pode ser um novo quadro aqui no Cinem(Ação) e, esse orgulho, nasce de uma obra muito especial para nós: A Floresta das Árvores Retorcidas.
O livro é o mais recente lançamento de um dos meus autores favoritos no qual tenho um respeito absurdo – já entrarei nesse detalhe – por toda a sua trajetória. Alexandre Callari é graduado em Letras, escritor, editor, tradutor, roteirista, amante de cinema e um dos maiores colecionadores de quadrinhos que conheço, e entre tantas outras coisas, é um dos fundadores da editora Pipoca & Nanquim, que convenhamos, é a editora que mais cresce em território nacional e surpreende os leitores da nona arte.
Eu – Bruno Sorc – li a obra logo que lançou na magnética Loja Monstra e, alguns dias atrás, fiquei sabendo que o meu grande amigo – Henrique Rizatto – e autor aqui da casa, acabara de finalizar a sua leitura também. Começamos então a debater o seu conteúdo e eis que veio o CASAMENTO DO ALÊ!
Sim! Falei na mesma hora para Rique, para darmos este – extremamente humilde – presente para o nosso querido autor. No meu caso, estou realmente em débito com este homem. Tive a honra de ter o prefácio desse monstro eternizado na minha primeira HQ, o Mojica Móveis, mas principalmente por ter de fato seguido suas sábias palavras em um encontro nosso lá em 2011, no qual ele me direcionou a NÃO DESISTIR da escrita. Seu conselho mudou completamente a minha vida de lá para cá. Obrigado, Alê!
Para quem não conhece a obra A Floresta das Árvores Retorcidas, temos o protagonista Adam, um advogado que busca no interior vencer a sua crise de meia idade. O que Adam não esperava era ter que sobreviver as coisas inimagináveis, realmente bizarras que encontra nessa nova cidade.
A história tem uma profundidade raramente encontrada em obras do gênero em território nacional, logo no primeiro capítulo – disponibilizado gratuitamente pela editora – fora redigida com a alma de Callari. Se passando da década de 1990 no interior paulista, a obra é uma homenagem explícita ao autor norte-americano H.P Lovecraft.
Galera, sério, estou falando aqui de um livro espetacular, mas muito, muito pesado. Não estou alertando apenas por ser um conteúdo adulto, ou seja, para maiores de 18 anos, estou falando aqui de uma literatura concebida no âmago do terror, nas entranhas doentias da maldade, no ventre podre e fétido do horror cósmico.
Volto a dizer, não é pelas cenas de sexo ou a violência de cada confronto, não são apenas os mortos caminhantes, os monstros ou as criaturas de outros planos, a magia negra ou a ciência cósmica.
A Floresta das Árvores Retorcidas tem passagens realmente viscerais, nojentas e que espancam nossa sanidade com cenas que ficamos um tempo depois de ler, refletindo filosoficamente. Estou falando que o público que irá amar essa obra – como eu amei – são aqueles que normalmente devoram obras como Clive Barker e William Peter Blatty, e para você que consumiu tudo que Sam Raimi, Hideo Nikata e George A. Romero cravaram na história.
Então vamos lá!
Entenda o nosso raciocínio para essa brincadeira com a obra A Floresta das Árvores Retorcidas:
Como o livro carrega muito da atmosfera dos filmes de terror oitentistas e se passa em meio a década de 90, Rique ficou encarregado de fazer um casting hollywoodiano com atores e direção para um longa metragem – melhor formato da época – com a cara dessa fase.
Já eu, fiquei com outra visão. Uma vez que, é algo 100% brasileiro e em um cenário interiorano de São Paulo, a minha ideia foi criar uma série – formato popular atualmente – com elenco nacional e que, teoricamente, será rodada 2021 pós-pandemia.
Escolhidos então os dois formatos diferentes, elegemos em seguida, diretores e mais 10 atores para viver na pele os 10 principais personagens da obra. Bora conhecê-los?!
MOVIE: Para o protagonista eu pensei no John Cusack, ele é “bonito” a ponto de justificar sua vida amorosa, mas mesmo assim ele tem um ar de um cara com os nervos afetados a ponto de surtar. – Rique.
SÉRIE: Diferente do Rique, pensei em um ator mais atlético e diria até, mais carismático. Vejo que o Adam tem certo porte, cheguei a pensar no Milhem Cortaz, mas acredito que o Brichta – que vai muito além de Bingo – carrega um Q a mais em sua atuação que agregaria muito na montanha-russa que Adam presencia em Arkham. – Sorc.
MOVIE: Me surpreendi ao pesquisar atores mirins dos anos 90, e acabei indo em um dos meus favoritos até hoje. – Rique.
SÉRIE: Aí fica fácil pro Rique, o cara tem vários atores que são bons hoje e começaram nos anos 1990 e, vou além, tem vários outros que encerraram ainda jovens, mesmo sendo talentosíssimos… mas não vou fugir da escolha, até porque isso não é uma competição. O pouco que vi do pequeno Mauad em comerciais publicitários e na série Ilha de Ferro, me permite fazer essa aposta. – Sorc.
MOVIE: Para a sofrida zumbi sedenta de sexo, a súcubus Rosa eu pensei em Uma Thurman, principalmente por conta de sua atuação em Pulp Fiction, ela toda vomitada e com sangue logo após a overdose é uma imagem bem aterradora até hoje. – Rique.
SÉRIE: Quero abrasileirar bem a série e, uma das atrizes que mais vejo se destacando em toda obra que se propõe a fazer é a Luciana. Atriz poderosíssima, traria profundidade que a Rosa merece, mesmo em poucas falas. Fora que, convenhamos, quem assistiu Animal Cordial, sabe o que ela pode fazer em uma cena de sexo… exótica. – Sorc.
MOVIE: John C. Reiley tem aquele cabelão bagunçado e serve tanto para um cara mal humorado quanto para um amigão e, no livro, Marcos acaba sendo dessas duas formas. – Rique.
SÉRIE: Confesso que enquanto lia os trechos com o Marcos em cena, imaginava o Daniel Lopes, HAHAHAHA, mas como sabemos que Danielzinho abandonou a sua carreira de ator, para dar espaço para profissionais menores, escolhi este cara incrível. Um camaleão incansável que já tive o prazer de conhecer e carrega uma genialidade de improviso encontrada em poucos. Augusto Madeira traria trejeitos que engrandeceriam ainda mais Marcos dentro dessa maravilhosa trama. – Sorc.
MOVIE: O velho Albuquerque é visto como um sujeito alto, magrelo e esquisito, a escolha não foi tão difícil quanto imaginei. – Rique.
SÉRIE: Talvez não seja tão velho como o personagem pede, mas o seu inesquecível Durval – Durval Disco – Ary seria capaz de ir de uma atuação macabra e de tirar o fôlego ao alívio tragicômico de uma densa sequência. Poucos dariam essa oportunidade a ele, mas eu acho que ele seria o cara perfeito para encarnar o Albuquerque. – Sorc.
MOVIE: Para Juliana eu tinha muitas e muitas opções, mas eu conhecia poucas das obras que a maioria das atrizes afro-americanas trabalharam nos anos 90, então a escolha da Jada acabou sendo mais por intuição mesmo. – Rique.
SÉRIE: Personagem afro, linda e mais madura que o protagonista, não poderia ser outra. Acredito que ela tenha muito mais de Juliana do que outras lindas atrizes como Pitanga ou Araújo, pois vejo mais imponência e soberba em sua presença, tem a carinhosa rigidez que a Juliana imprime desde a sua primeira aparição. – Sorc.
MOVIE: Para a divertida e determinada Amanda a escolha foi mais fácil do que a anterior, uma das atrizes mais divertidas e que sempre topava cenas de ação, era a motorista do ônibus com gasolina quase infinita, Sandra Bullock. – Rique.
SÉRIE: Aqui foram várias e várias atrizes… foi difícil, pois Amanda é bela, inteligente e de uma personalidade bacana para se trabalhar. Pensei desde Emanuelle Araújo e Simone Spoladore a Natália Lage e Mel Lisboa. Mas quis trazer a brasilidade com poder bruto de atuação e uma carinha de ‘’cansada’’ que normalmente profissionais da saúde expressam, HAHAHA. É só bater o que ela fez em O Céu de Suely, Paraíso Perdido, Assalto ao Banco Central entre outros, que entenderá porque optei por essa mulher. – Sorc.
MOVIE: Para a velha maluca e assustadora, mas com um passado triste eu trapaceei um pouco. Kathy Bates não era tão idosa quanto eu imagino a Elza no livro nos anos 90, mas nada que uma boa maquiagem não resolva. A sua atuação em Kathy Bates em Misery me impressiona até hoje. – Rique.
SÉRIE: Me recuso a explicar, mas deixo a menção honrosa a Laura Cardoso. – Sorc.
MOVIE: Para o médico-louco invocador de mitos antigos eu pensei em um dos primeiros vilões que eu conheci no cinema Christopher Walken em Batman – O Retorno me ensinou que você não precisa ser monstruoso para ser um vilão. – Rique.
SÉRIE: Pensando em deixar o mais verde e amarelo possível e sendo um contraponto da “beleza” e porte do Brichta/Adam, trago Enrique, que assim como o seu irmão, Chico Diaz, traz uma bagagem de amálgamas de personagens, de peles, de almas, que o permitem ser o personagem que for. Seria um grande Dr. Roberto. – Sorc.
MOVIE: Eita agora meu lado adolescente cheio de hormônios aflorou aqui..rs… mas a Anita tem um corpo escultural que atraiu diversos homens e mesmo assim tem que segurar também um body-horror. Ia ser interessante ver uma das noivas do Drácula se tornar um Mytho. – Rique.
SÉRIE: Rique apelou aqui… HAHAHA! Mas desde que vi a cena da moto com Bia Arantes na garupa em O Filme da Minha Vida, não poderia escolher outra atriz para viver a bela Anita. Linda e talentosa, sustentaria bem o papel. – Sorc.
MOVIE: Pode parecer óbvio, mas para o filme dos anos 90 eu pensei em um dos meus diretores favoritos de filmes de terror e que também foi muito prolífico nos anos 90. Craven dirigiu Quadrilha de Sádicos, 1977, um dos filmes mais perturbadores que já vi, e criou duas franquias excelentes de terror mas que também tem uma boa dose de cinismo e comicidade, Pânico e excelentes efeitos práticos e maquiagem com a franquia A Hora do Pesadelo. – Rique.
SÉRIE: Minha escolha para encabeçar a série da A Floresta das Árvores Retorcidas seria Gabriela Amaral de Almeida. Mas eu vou roubar legal. Já que a narrativa é episódica e plural, normalmente há uma diversidade de tons e a obra passa e ganha vida por variadas mãos. Diretores como Juliana Rojas, Marco Dutra, Samuel Galli, Tomás Portella, Guto Parente, David Schurmann, Vicente Amorim, Dennison Ramalho, Marcos DeBrito, Fabrício Brittar e Diego Freitas teriam que ter o seu espaço, com todos os efeitos especiais é claro, por conta do já conhecido do Callari, Rodrigo Aragão. Mas admito que queria muito ver um episódio desses dirigido por Daniel Rezende e outro por Anna Muylaert. – Sorc.
É isso!
Peço a opinião de todos os leitores de A Floresta das Árvores Retorcidas, tanto negativas quanto positivas das nossas escolhas, apontem quem vocês mudariam aí nos comentários!
E claro, não deixe de ler essa delícia!
Fica aqui um abraço e um MUITO OBRIGADO ao Alexandre Callari que fez eu ser quem sou hoje. Até qualquer dia, Alê!
Se gostaram desse formato, comente que podemos fazer de outros livros, quadrinhos, etc.
Agora precisamos ir em um certo sótão. Não estamos aguentando de curiosidade com o que vamos encontrar por lá. Até mais!