Crítica: Frozen II
Frozen II segue os ensinamentos de “Let it Go” e não olha para trás em sua nova trama, propondo algo novo aos personagens.
Ficha técnica:
Direção: Jennifer Lee, Chris Buck
Roteiro: Jennifer Lee
Nacionalidade e Lançamento: Estados Unidos, 22 de novembro de 2019
(2 de janeiro de 2020 no Brasil)
Sinopse: Elsa poderá descobrir a origem de seus poderes após se
lembrar de uma história de seu pai, quando ainda era príncipe de Arendelle,
sobre uma visita à floresta dos elementos, onde um acontecimento inesperado
teria provocado a separação dos habitantes da cidade com os quatro elementos
fundamentais: ar, fogo, terra e água.
Elenco: Kristen Bell, Idina Menzel, Josh Gad, Jonathan Groff, Sterling K. Brown.
É até surpreendente que a Disney tenha demorado seis anos para lançar uma continuação do sucesso estrondoso que foi Frozen, não apenas na bilheteria direta, mas também na febre que se tornou com suas músicas e a paixão de milhões de crianças pelas duas novas princesas Disney, Anna e Elsa.
Neste segundo filme, um flashback nos apresenta uma antiga história relacionada ao pai de Anna e Elsa, para enfim utilizá-la como ponto de propulsão a novas descobertas da atual rainha de Arendelle. A partir de então, acompanhamos Anna e Elsa em uma jornada que lhes dará mais conhecimento sobre o passado de seu povo, ao mesmo tempo em que permitirá uma reaproximação com um antigo povo vizinho.
E se a trama é simples na forma como apresenta o desenrolar dos acontecimentos, algo esperado em uma produção voltada às crianças, é curioso notar como o roteiro jamais subestima o espectador acerca da profundidade de seus personagens e até mesmo de uma mitologia própria. Assim, vemos que Elsa é uma rainha que ainda não encontrou a si mesma, Anna tenta recuperar o relacionamento com a irmã, e a cidade que governam possui um passado mal explicado.
Assim, mais do que apenas criar uma nova aventura que mantenha o mesmo “status quo” das personagens da animação original, Frozen II consegue ampliar o mundo criado ao redor das personagens, dar uma continuidade dramática ao destino de cada uma delas, e ainda apresentar uma metáfora sobre a colonização. Afinal, se considerarmos que a represa do filme nada mais é do que um grande muro, cuja existência é muito mais danosa ao povo vizinho do que positiva à nação que a construiu, não é preciso refletir muito a que isso tudo se refere. Além disso, é curioso ver que os personagens chegam a uma certa conclusão a respeito da conexão entre seus antepassados.
Ainda que Frozen II não consiga trazer o mesmo impacto do primeiro longa e não tenha nenhuma canção que chegue perto da força da icônica “Let it Go”, o fato é que há elementos interessantes, especialmente a forma como o longa retrata as relações entre Anna, Kristoff e Elsa, já que são relações saudáveis que conseguem fugir dos estereótipos que a Disney retratou ao longo de tantos anos (note que Anna e Kristoff formam um casal que possui outros objetivos e preocupações além de apenas “ser um casal”).
Desta forma, Frozen II não consegue ter o mesmo impacto do filme anterior e traz uma trama que não surpreende, mas mesmo assim é uma continuação digna e que propõe uma evolução aos personagens principais.