Crítica: Três Verões – 43º Mostra de São Paulo
A atriz Regina Casé está de volta aos cinemas, desta vez estrelando o longa-metragem Três Verões, da diretora Sandra Kogut. O filme que teve sua estreia no Festival de Toronto desembarcou em terras brasileiras indo direto para a 43º Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em meio a grande expectativa, já que, o último filme de Regina Casé, Que horas ela volta? (2015), foi muito bem recebido pela crítica internacional, inclusive rendendo indicações e prêmios em festivais importantes como Sundance e Berlim.
Em Três Verões Regina interpreta a caseira Madalena, mais conhecida como Madá. A história se passa ao longo do mês de dezembro dos anos de 2015 a 2017, em uma mansão à beira-mar do casal Edgar (Otávio Muller) e Marta (Gisele Fróes) e acompanha as preparações para o Natal e o Ano-Novo da família e as mudanças que ocorrem ao longo dos três verões dentro da casa.
O longa tem como plano de fundo a crise política enfrentada pelo país, mas sem grande influência na construção da história. Os problemas políticos se tornam mero detalhe e muitas vezes são tratados com muito humor e ironia. Regina Casé está muito bem no papel, sempre rendendo muitas risadas.
Diferente da empregada Val (Que horas ela volta?), a caseira Madá tem praticamente total controle sobre a mansão, organizando a casa e gerenciando os empregados. O temor que havia de que a personagem de Regina Casé fosse mais do mesmo cai por terra com pouco tempo de tela. Três Verões entrega uma personagem completamente diferente e marcante, cheia de alegria, mas que também sofre devido a ingenuidade e abuso dos patrões. Porém Madá é uma mulher determinada e empreendedora, que não fica por baixo, sempre dando um jeitinho brasileiro pra sobreviver.
Três Verões é pontual nas críticas sociais. Vale lembrar que não se trata de documentário, mas uma obra ficcional inspirada nos problemas envoltos a Lava-Jato e a corrupção. Um filme leve, sem deixar de ser político, mas capaz de agradar os mais diversos públicos.