“Dark Crimes” – (2018)
Dark Crimes é dirigido por Alexandros Avranas.
Uma sombria música se espalha pelos cantos e arredores do prédio. Instaura-se um desprendimento de todos os personagens diante dos tabus já existentes em nossa sociedade. Vemos, a primeira vista, um bordel abandonado, o qual apenas – de acordo com as vestimentas – acreditamos poder ser frequentado por pessoas selecionadas ou com muito poder aquisitivo.
De fato, The Cage, por ser um lugar sofisticado e secreto atraia tais tipos de personalidades. De início não temos muitas informações a respeito do local, porém, tendo Jim Carrey como protagonista de forma sutil, bem trabalhado e com um sotaque e melancolia aparentes, conseguimos aos poucos ir decifrando um pouco seu modo de ser e sua relação com esse lugar que tem estado preso em sua memória já por um tempo. O personagem de Carrey chama-se Tadek, um policial polonês que trabalha no setor policial slavo. Seu emprego atual é trabalhar na área de arquivos da polícia e por tal motivo, deseja sair desse estado mórbido e depressivo onde se estagnou em sua carreira por um erro cometido no passado.
É partir da ideia de investigar um assassinato ocorrido na boate The Cage há alguns anos atrás que Tadek resolve mudar sua vida, isto é, em solucionar tal crime, o qual desde então, tem sido abafado pela polícia. Um dos motivos pelo qual a polícia acabou por deixar o caso inconcluído, aparentemente, diz respeito ao fato do antigo chefe de Tadek ter participado de algumas noites nesse Club. O que a sintonia entre tal crime e a intuição dizem ao personagem de Jim Carrey, é que o autor do delito seja um escritor que costumava viver no prédio onde The Cage funcionava.
A vida de Tadek não é nada feliz. Sua melancolia e sua raiva por ter um passado que o prejudicou profissionalmente não o deixam levar sua vida de forma mais leve, e pelo contrário, o drenam por um duto de rancor, obsessão e tristeza. Sua relação com sua esposa está deteriorada já há um tempo. Sua carreira está por um fio. Sua única motivação é caçar o responsável por esse crime e solucionar o caso, visto que assim, talvez possa retomar sua vida de onde parou antes de tudo isso acontecer. As minúcias do filme, todavia, podem trazer uma lenta e estática morbidez ao enredo, sem mencionar a forma pela qual tanto Carry quanto Charlotte Gainsbourg, atriz mais conhecido pelo seu trabalho em Ninfomaníaca e dirigido por Lars Von Trier, atuam e trazem o não-fazer como forma de fazer. Mesmo trazendo muito realidade e um pouco de dúvida quando vemos suas falas e ouvimos seus trejeitos, o ator pode ficar vendido na tentativa de dar ao seu personagem uma vida por inteiro, deste modo ao invés de trazer uma realidade ficcional plausível para suas estória em especifico, acaba afastando quem acompanha a narrativa.