“Eu não sei fazer ranking do Oscar”, ou “o virginiano fajuto”
O Oscar é hoje! E nos últimos dias eu reparei que tá todo mundo fazendo listas. Os melhores filmes na minha opinião, meu ranking do Oscar, minhas animações preferidas, etc, etc.
E aí eu me dei conta de uma coisa: eu não sei ficar fazendo lista.
Nada contra quem faz.
Eu simplesmente tenho dificuldade (e um pouco de preguiça, confesso), de ficar listando filmes. Sei lá. Tenho minhas dúvidas se filmes foram feitos para serem categorizados, listados, enfileirados, julgados.
Por favor, me entenda: eu adoro escrever críticas de filmes, tento dar notas que acho justas (mas há muito tempo não dou tanta importância para elas, já que jamais serão determinações cravadas na pedra). E analisar filmes de forma profunda – seja técnica ou tematicamente – é simplesmente uma das melhores coisas a se fazer na vida (não à toa, gravo podcasts fazendo isso toda semana).
No entanto, não me sinto bem fazendo tantas listas o tempo todo.
Vamos ao exemplo do Oscar deste ano:
De todos os indicados à principal categoria, os filmes que eu mais gostei forram “Corra!” e “Me Chame Pelo Seu Nome”. Não me pergunte qual é melhor ou pior, porque não sei, e acho injusto comparar um “drama coming-of-age romance gay” com um “thriller comédia tenso crítica social”.
Mesmo assim, não acharei injusto se “Três Anúncios para um Crime” ganhar, porque adorei o filme e entendo as qualidades dele (no caso de A Forma da Água, nem tanto na minha opinião, mas tudo bem, também não vou me matar por isso).
Eu adoro o Oscar, a premiação e tudo o que vem com ela, mesmo sabendo que ela representa a elite hollywoodiana e traz apenas um recorte do cinema americano sem contemplar produções incríveis de tantos países, blablablá. Assim como tantas pessoas fazem análises e cálculos para adivinhar quem tem mais chances de ganhar o Brasileirão, a Champions League e afins, eu assisto filmes (em vez de jogos de futebol), ouço podcasts e leio críticas (em vez de ver mesas redondas na ESPN). E quem gosta de futebol faz tudo isso mesmo sabendo que os clubes fazem fortunas com estratégias de compra de jogadores e a corrupção na Fifa e blablablá.
Enfim…
Eu até tenho meus preferidos, e entendo o funcionamento da premiação para saber que meus preferidos nem sempre vão vencer, e tá tudo bem (mas se o Roger Deakins não ganhar desta vez, a coisa vai ficar feia).
Mas quem sou eu para cagar regras? Divirta-se: faça apostas, listas, rankings, notas. Seja feliz!
Eu só queria deixar aqui o registro de um virginiano que não tem habilidade com listas e notas. Deve ser culpa do meu ascendente.