Crítica: Com amor, Van Gogh (Loving Vincent) (2017) - Cinem(ação)
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Crítica: Com amor, Van Gogh (Loving Vincent) (2017)

“Com amor, Van Gogh” é uma experiência que merece toda a atenção do mundo por quem aprecia a arte pós-impressionista.

 

Ficha técnica:
Direção e roteiro: Dorota Kobiela, Hugh Welchman
Produção: Hugh Welchman, Sean M. Bobbitt
Elenco: Douglas Booth, Saoirse Ronan, Aidan Turner, Eleanor Tomlinson, Jerome Flynn
Nacionalidade e lançamento: 16 de novembro de 2017 (Brasil)

O dia que assisti ao filme “Com amor, Van Gogh” foi aquela loucura: tinha saído atordoada de uma defesa de pós-graduação e tudo o que eu queria era paz. Fui comprar o ingresso no Reserva Cultural para o meio da tarde, mas tinha outra sessão dali 15 minutos. Comprei. Esperei. Só senhorinhas e senhorzinhos esperando para assistir. Eu me senti deslocada. Como assim um cinema sem pipoca? Tudo bem. Entrei. Eu realmente não sabia qual era a pegada do filme. Só sabia que tinha algo sobre o Van Gogh. Só isso.

Pois me surpreendi.

O filme começou a rodar (haha – ser projetado) e meus olhos tiveram o prazer de ver aquela obra diante de si. Acreditem: 125 pintores fizeram o trabalho de pintar o filme à mão, produzindo 65 mil frames.

A história, na verdade é sobre Van Gogh, porém não é ele quem é o protagonista. Isso já muda toda a perspectiva do longa. O pintor trocara inúmeras cartas com seu irmão Theo e, um ano após seu suicídio, o filho do carteiro, Armand Roulin, encontra uma última folha dobrada que não fora entregue. Ele conversa com o pai, carteiro e amigo de Vincent, que o aconselha a entregar pessoalmente a correspondência.

Armand é um moço, que tem como missão entregar a tal carta para o destinatário mais próximo do famoso pintor, já que Theo também já não está mais vivo. Ele parte para Arles, e cada vez que o jovem conversa com alguém que tivesse algum tipo de ligação com o artista, uma nova história era contada. Nisso, a narrativa passa a ser praticamente uma investigação: o que de fato ocorreu com Van Gogh? Como ele morreu, afinal?

Confesso que nunca assisti à um filme “pintado” à mão. Eu acho.

Por isso afirmo que é uma experiência que merece toda a atenção do mundo por quem aprecia a arte pós-impressionista. Sempre admirei as obras de Van Gogh e seu jeito peculiar de pintar, principalmente com as cores e formas. Ao mesmo tempo, causou um desconforto enorme de ver atores que já conhecia, totalmente “pintados”, que por hora ficavam menos nítidos, justamente pelo efeito da tinta aplicada. Um desconforto peculiar, porém intrigante.

Entre eles podemos destacar a talentosa Saoirse Ronan, que apesar de ter um papel pequeno durante o longa, é totalmente expressiva. E apesar de o papel da mulher durante o filme ser realmente pequeno, com as outras personagens que servem como mecanismo narrativo apenas para amarrar pontas, eu gostei. Gostei porque é uma “história antiga” (de um homem que foi contada por outros homens), porém foi retratada de forma que isso não seja um empecilho. Até porque temos codireção de Dorota Kobiela, que é responsável pela incrível ideia de trazer dezenas de pinturas de Van Gogh à tela do cinema, uma visão inovadora e deliberadamente bonita.

  • Nota
5

Resumo

Uma experiência que merece toda a atenção do mundo por quem aprecia a arte pós-impressionista.

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