Crítica: Ninguém está olhando (Nadie nos mira) (2017)
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Crítica: Ninguém está olhando (Nadie nos mira) (2017)

“Ninguém está olhando” o tipo de filme totalmente imersivo. Um drama com discurso real, necessário. De trazer os pés ao chão.

 

Ficha técnica:
Direção: Julia Solomonoff
Roteiro: Julia Solomonoff e Christina Lazaridi
Produção: Lúcia Murat, Jaime Mateus-Tique, Elisa Lleras, Andrés Longares, Natalia Agudelo Campillo, Nicolás Herreño Leal, Felicitas Raffo, Maria Teresa Arida
Elenco: Guillermo Pfening, Marco Antonio Caponi, Moro Anghileri, Rafael Ferro, Elena Roger
Nacionalidade e lançamento: Argentina, 23 de novembro de 2017 (no Brasil)

 

Mais uma vez, fui ao cinema sem ter noção sobre o que era o filme. Na verdade, eu sabia sim. Sabia que era produto de direção de Julia Solomonoff. Só isso, mais nada. E que bela obra eu vi.

 

“Ninguém está olhando” conta a história de Nico (Guillermo Pfening), um jovem ator que larga tudo para tentar uma chance de sucesso em Nova York. Ele rompera o relacionamento que tinha com seu produtor na Argentina, país no qual tinha uma carreira promissora em uma série famosa, tudo para viver seu novo sonho. Acontece que, as coisas não acontecem como ele planejara.

O que é mágico nesse filme? Tudo. A começar pela produção. Tem gente da Argentina, da Argentina, dos Estados Unidos, do Brasil, da Espanha… Uma galera que realmente faz acontecer. A diretora, Julia Solomonoff, já dirigiu onze filmes (contando com “Ninguém está olhando”) e mostra uma tremenda força em seu trabalho. A escolha do elenco também é muito cuidadosa. Atores e atrizes menos hypados, porém, de um profissionalismo sem igual. Particularmente falando, eu sei que um bom ator é de fato um bom ator quando você esquece que ele É um ator. Entenderam? Risos.

A fotografia é extremamente trabalhada, misturando planos mais fechados com grandes explorações de cenário. Principalmente no quesito tempo, em que vemos o passar das estações com sensações gostosas de cada uma fazendo contraste com as emoções vivenciadas por Nico. Em certos momentos, parece que vemos uma pintura. É por isso que, todas as cores e planos usados nesse filme dão a sensação de acolhimento. Você, espectador, entra na história junto com o protagonista. Você o sente. É um jogo de empatia tão grande, tão forte, que é impossível não se sentir próximo.

Isso é o que nos leva à narrativa de “Ninguém está olhando”

Tem tudo o que um bom filme precisa. Silêncios. Diálogos bem construídos. A história é de uma vida que vemos “por aí” o tempo todo. Um cara que se manda de seu país para tentar a sorte na terra do Tio Sam. Ele tem alguns amigos. Sua vida é difícil. Ele busca alguns papéis, ansia por trabalhar em um grande projeto… Nisso, vemos uma linha crescente com o protagonista, que não para. A cada arco do filme descobrimos mais e mais sobre sua vida, até chegar num ponto que tudo o que acontece faz todo o sentido. Ou não. Existem tensões, alegrias, paixões, sentimentos à flor da pele. Tudo que o que NÓS vivemos. Acredito que não seja clichê exatamente por isso.

O longa é sobre sair da sua zona de conforto. Sobre aprender a viver e dar valor às coisas boas, o que realmente importa. Só que não é de um jeito doce, muito pelo contrário. É a vida como ela é. Com um final que talvez seja inesperado.

 

p.s.: Barbara Pongeluppe, obrigada por ter me convidado para assistir ao filme. Foi um belo presente de 2017. <3

 

  • Nota
5

Resumo

Mais uma vez, fui ao cinema sem ter noção sobre o que era o filme. Na verdade, eu sabia sim. Sabia que era produto de direção de Julia Solomonoff. Só isso, mais nada. E que bela obra eu vi.

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