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Crítica: Viva (2016)

Não é de hoje que Cuba é cenário no imaginativo coletivo.  Também, não é pra menos: seu visual encantador e aquele jeito de estar desajustado do tempo em que vivemos traz todo um charme, curiosidade sobre o local e a impressão do lugar ser berço de histórias intrigantes. Paddy Breathnach, diretor de Viva, sabe muito bem disso e se aproveita da estética da ilha para complementar o tom de descoberta que a história nos traz.

Jesus tem 18 anos e trabalha em um clube de drag queens em Havana. Já sem mãe e com seu pai preso surge a oportunidade de dar vida à Viva, sua personagem drag. Assistir o nascimento e desenvolvimento de Viva é uma jornada de muita delicadeza e experimentações de novos olhares. A personagem, que se mistura com os sonhos, medos e anseios de Jesus traz à tela a construção do novo junto à algo que já estava ali à muito, assim como o novo momento econômico de Cuba.

A estética do filme é tão pura que, ao ver o filme sem nada saber dele antes, me trouxe a impressão de ter sido feito por um diretor local. Imaginem vocês a minha surpresa ao descobrir que o diretor, em verdade, é irlandês. O olhar de Brethnach sobre esse pedacinho de mar é tão conhecedor que a história se aproxima muito de quem a vê e dá o tom e ritmo do filme.

Se você curte a cena drag e quer saber como é que essas meninas começam talvez Viva seja um bom começo. Faça o exercício de pegar as lentes de uma jovem Viva e viver um pouquinho dessa realidade quase paralela que é Cuba e sua cena artística. Quer saber da melhor parte? Ta lá na Netflix, a um clique de distância. Se você correr pra lá e correr de volta aqui pra me contar o que achou vou ser eternamente grato!  🙂

 

 

Nota do Filme
  • Nota Geral
4

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