Dois documentários que vi na 41ª Mostra de Cinema de São Paulo
Dois documentários: 1917 - O Outubro Real - Der Wahre Oktober
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Dois documentários que vi na 41ª Mostra de Cinema de São Paulo

Revolução Russa e o culto a Nossa Senhora Aparecida: estes foram os temas de dois documentários que tive a oportunidade de assistir na 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Gostaria de compartilhar breves textos sobre os dois.

O segundo nem estava nos meus planos, mas surgiu como uma oportunidade. É curioso que os dois documentários celebram datas redondas: os 100 anos da Revolução Russa e os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida no rio Paraíba do Sul.

 

A Imagem da Tolerância

Brasil, 2017,  72 min, Documentário. Direção: Joana Mariani e Paula Trabulsi

Focado em mostrar a santa padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, como uma santa que acolhe pessoas de diferentes religiões, o documentário do tipo “cabeças falantes” (com alguns momentos de belas imagens ao som da voz de Maria Bethânia) promove a visão de Igreja do atual Papa, mostra celebridades como Padre Fábio de Melo e Elba Ramalho, e conta uma breve história de devoção de duas mulheres, mãe e filha, que vão visitar a Basílica pela primeira vez. Gostaria de ter visto mais delas e menos de alguns entrevistados que pouco acrescentam. Produzido pela Globo News, o doc deve ser exibido em breve pelo canal… e é isso que ele é: uma grande reportagem de TV, com todas as vantagens e desvantagens que isso traz. Nota: 3/5

 

 

1917 – O Outubro Real (1917 – Der wahre Oktober)

Alemanha/Suíça, 2017,  90 min, Documentário. Direção: Katrin Rothe

“1917” é um filme para iniciados. Interessante e cheio de informações, o documentário se baseia nos escritos dos artistas envolvidos na Revolução Bolchevique, que ocorreu há exatos 100 anos. Mas quem não entende muito sobre o tema (como este que vos escreve, que certamente faltou a algumas aulas de história) com certeza vai se sentir perdido. Como se não bastasse, a narrativa é morosa e sem nenhum tipo de clímax ou variação no tom. A ideia de utilizar animações stop-motion e animação de figuras recortadas parece criativo no começo (nada que não vimos no Castelo Rá-Tim-Bum), mas se torna cansativa por se alternar apenas com algumas cenas igualmente enfadonhas da diretora pesquisando e fazendo colagens criativóides na parede. É uma ótima aula de história, mas um bom professor conseguiria contar tudo em uma aula mais curta que os longos 90 minutos deste filme, e de forma mais divertida – sem precisar se esforçar tanto. Nota: 2,5/5

 

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