Crítica: Noite de Ano Novo (2011)

“Noite de Ano Novo”

Ficha Técnica

Direção: Garry Marshall

Roteiro: Katherine Fugate

Elenco: Halle Berry, Jon Bon Jovi, Jessica Biel, Robert De Niro, Zac Efron, Ashton Kutcher, Lea Michele, Héctor Elizondo, Josh Duhamel, Katherine Heigl, Sarah Jessica Parker, Sofía Vergara, Hilary Swank, entre muitos outros.

Nacionalidade e Lançamento: Estados Unidos, 2011

Sinopse: É véspera de ano novo. Nova York. A famosa bola irá descer. Várias histórias de pessoas diferentes são apresentadas, contando com romances e outros tipos de relações, passando-se naquela única noite. Cada um terá a sua própria história de ano novo.

Quem já assistiu “Idas e Vindas do Amor” (Valentine’s Day, 2010) sabe exatamente qual será o estilo desse filme, uma vez que ambos os filmes são dirigidos por Garry Marshall (Pretty Woman, 1990), com roteiro de Katherine Fugate. “Noite de Ano Novo” segue a mesma linha de “Idas e Vindas do Amor”: conta a história de vários personagens diferentes (interpretados por atores bastante conhecidos) naquela noite especial de ano novo. A ligação entre os personagens e as histórias é revelada aos poucos durante o filme, como se o enredo fosse uma colcha de retalhos sendo costurada naquele momento. Romances, superações e amizades são os tópicos mais presentes no filme. Obviamente somos apresentados aos casais que se reconciliam naquela noite, aos novos casais, a uma amizade que parecia impossível, a uma relação de afeto entre pai e filha, entre outros relacionamentos. É basicamente sobre isso que se trata o filme.

Não é o melhor enredo da história do cinema, mas, diferente da maioria das opiniões que vi por aí, eu gostei do filme e não achei um trabalho fraco e mal feito. Aliás, bem pelo contrário. Considero um desafio conciliar tantas histórias diferentes em um mesmo filme, dando mais importância para algumas, e deixando outras em um plano secundário. O trabalho foi bem feito, uma vez que o espectador consegue se envolver com todas as histórias, sem se perder.

Para mim, o maior aspecto negativo são os clichês. Com tanto trabalho, seria difícil criar um leque de histórias interligadas que não se submetessem ao final clichê de uma comédia romântica misturada com drama. Entretanto, assista ao filme sem expectativas, e irá se divertir. Clichê não é sinônimo de filme ruim, embora muita gente pense que sim. Se você parar para pensar, alguns filmes precisam ser clichês, senão não haveria nem mesmo esse termo. Quando nós queremos assistir a um filme antes de dormir, com uma pegada mais leve, frequentemente escolhemos filmes clichês, sem sequer nos darmos conta disso. Como esse foi exatamente o meu caso, não me decepcionei com “Noite de Ano Novo”. Ele me ofereceu exatamente o que eu procurava: algo que me distraísse, sem exigir muito dos meus pensamentos reflexivos.

É claro que o filme nos traz momentos de reflexão; afinal, estamos tratando de um assunto que já é alvo de reflexões na vida real. Mas são reflexões tênues, quase inconscientes. E talvez esse seja o próprio objetivo do filme, gerando pensamentos que fazem o espectador ponderar sobre seus atos e escolhas durante sua vida.

Para deixar o filme mais interessante, Marshall escalou um elenco de peso, contando até mesmo com a presença de Bon Jovi. Então, pode esperar algumas músicas legais na trilha sonora do filme, e alguns momentos que apelam para o emocional do espectador.

Apesar de todas as críticas negativas, e da indicação ao Framboesa de Ouro, deixo aqui minha nota positiva. O filme me surpreendeu, me emocionou e cumpre o que promete. Não é uma grande produção, mas diverte o espectador da maneira certa. E convenhamos, é uma boa pedida para assistir nessa época do ano!