Crítica: Rastro de Maldade
Ficha Técnica:
Título original: Bone Tomahawk
Direção: S. Craig Zahler
Roteiro: S. Craig Zahler
Elenco: Kurt Russell, Patrick Wilson, Richard Jenkins, Matthew Fox, David Arquette, Lili Simmons
Ano de produção: 2015
Nacionalidade: EUA
Comentários:
No Velho Oeste, um forasteiro (David Arquette) chega a uma pequena cidade depois de fugir de uma estranha tribo de índios canibais. Não demora muito para que ele arrume confusão e seja ferido pelo xerife local (Kurt Russell). Uma enfermeira (Lili Simmons) é chamada para cuidar dele na cela da delegacia. Seu marido (Patrick Wilson) está com a perna machucada, o que faz com que ela saia sozinha. Durante a noite, ela, o forasteiro e um assistente são levados pelos canibais. O xerife resolve ir atrás, e conta com a ajuda de um velho auxiliar (Richard Jenkins), um arrogante pistoleiro (Matthew Fox) e, a contragosto, o marido da enfermeira.
No ano de “Os Oito Odiados”, Kurt Russell participa de outro western impactante. Em “Rastro de Maldade”, a violência ganha contornos ainda maiores que no filme de Tarantino. Não há humor negro, e tudo é feito da forma mais visceral, com uma sensação de perigo e morte à espreita o tempo inteiro.
O empoeirado oeste norte-americano é mostrado aqui como um local ainda pouco explorado, onde o difícil acesso a regiões distantes era um grande caminho que nem todos queriam seguir. Ir atrás de pessoas sequestradas por seres até então desconhecidos, seria de certo modo entrar no pior dos pesadelos; porque, com poucos recursos, as chances de retorno seriam mínimas, principalmente se entre um dos homens de apoio, um deles acabasse sendo uma carga a mais por estar ferido. É o que acontece na trama dirigida e roteirizada por S. Craig Zahler. E como se já não bastasse a terrível situação que os esperam, aquelas pessoas têm sérias desavenças pelo caminho, o que faz com que tudo piore ainda mais.
Temos aqui um bom exemplo de conflito em um roteiro. Zahler (em sua estreia na direção), flertando com o terror, e o colocando no mais americano e antigo dos gêneros cinematográficos, se utiliza do caos humano para criar situações de confrontos internos, antes dos personagens mergulharem na experiência mais aterradora de suas vidas, que se dá no enfrentamento de forças não apenas desconhecidas, mas impiedosas, como vemos no final violento e por vezes inesperado.
Resumo
Um espetáculo apavorante muito bem orquestrado, numa mistura de “Holocausto Canibal” (1980) e “O Predador” (1987). Zahler deixa o sugestivo de lado e trabalha com elementos explícitos, sem poupar um banho de sangue em um terror sem limites.