Crítica: Satânico (Satanic, 2016)
Satânico é a confluência de vários clichês e pouco além disso.
Ficha técnica:
Direção: Jeffrey G. Hunt
Roteiro: Anthony Jaswinski
Elenco: Sarah Hyland, Steven Krueger, Justin Chon, Clara Mamet
Nacionalidade e lançamento: EUA, 2016 (27 de outubro de 2016 no Brasil)
Sinopse: um grupo de jovens resolve fazer um turismo do terror ao se hospedar em um hotel onde houve um suicídio. Após presenciarem um ritual e integrarem uma nova pessoa na equipe as coisas saem do controle.
Um grupo de adolescentes está perdido – literalmente e também desorientado – com alguma volúpia sexual e ideias estúpidas. Junta um tabuleiro de Ouija, algumas cruzes de ponta a cabeça e uma tentativa de visual soturno. Isso parece familiar? Esse são apenas alguns dos clichês presentes em Satânico.
Se Satânico fosse só clichê e nos desse um longa com tensão, ou qualquer outra emoção, seria até ok. A abertura se salva um pouco. Ela tem o melhor pior começo de um filme do gênero. É mostrado uma comunhão em um rito satanista. A cena tem um que de bizarro e aparente aleatoriedade, sendo a parte que mais honra o título – única talvez.
Mas a coisa piora e muito… e cada vez mais…. O filme de apenas 85 minutos perde muito tempo em cenas de transição com câmeras aéreas mostrando a cidade. Recurso para denotar passagem de tempo, mas que só configura um tapa buraco para encher linguiça. E no tempo efetivo de filme a direção dosa muito mal a história que tem na mão. A apresentação e ambientação toma muito tempo e os primeiros arcos se alongam em demasia. O resultado? A resolução fica corrida, espremida em 15 minutos. A montagem ruim torna a experiência mais vazia do que ela é.
A escolha dos atores foi equivocada e a direção deles nula. Pense em interpretações perto do amador, com expressões, posicionamento e movimentos errados. Sem duvida que parte da nota baixa se deve muito ao elenco – e a direção. A protagonista Sarah Hyland se esforça e encara o projeto com seriedade, porém falta talento. O Steven Krueger, que faz o namorado, precisa urgentemente repensar se está na carreira certa. Ele foi convocado por fisicamente parecer com o estereótipo de um playboy (ou pelo sobrenome).
A direção falha ainda em usar de sussurros a todo instante, como que para criar um clima. Sendo este o principal recurso que o diretor Jeffrey G. Hunt tem na manga. A parte da maldição é jogada em tela e as mortes da trama são banais. O roteiro apesar de simples, clichê e não passar de um terror adolescente poderia ser melhor aproveitado em mãos mais competentes. Só para deixar claro, a trama não é nenhuma maravilha, falta motivação e sentido, por exemplo.
Satânico estreou na semana do Halloween e foi uma travessura e tanto com os fãs do gênero, já que ele concorre fortemente para ser o pior terror do ano (perdendo até para o Floresta Maldita). Pelo menos o título em português não veio com um “Satânico – o rito matador”….