Crítica: O Sono da Morte (Before I Wake, 2016)
3 Claquetes

Crítica: O Sono da Morte (Before I Wake, 2016)

O Sono da Morte acaba sendo três filmes em um e nenhum deles é de fato bom .

Ficha técnica:
Direção: Mike Flanagan
Roteiro: Mike Flanagan, Jeff Howard
Elenco: Jacob Tremblay, Kate Bosworth, Thomas Jane
Nacionalidade e lançamento: EUA, 2016 (01 de setembro de 2016 no Brasil).

Sinopse: um casal resolve adotar um menino após o filho biológico ter morrido. O novo integrante, no entanto, é bastante peculiar: os sonhos dele se materializam de verdade. O que poderia começar com um belo voo de borboletas coloridas pode terminar como pesadelos mortais.

O-Sono-da-Morte

Pelo título, sinopse, clima e trailer, pode dar a entender que O Sono da Morte é um filme de terror. Tal afirmação não está de toda errada, mas sem dúvidas que há elementos de drama e fantasia. A história de um casal que perdeu um filho de forma trágica e a do menino recém adotado compõe o drama. O último arco, todavia perpassando por todo o filme, dá o tom fantasioso. E o terror? Bem alguns sustinhos e um que sobrenatural são os responsáveis por encaixá-lo neste gênero.  O drama envereda para um apelo à emoção melodramático. A fantasia é simplória, porém bonita até. E o terror se calca em jumpscare, sem criar uma atmosfera de fato aterrorizante.

Contudo, algumas coisas funcionam bem. A premissa, concretizar as imagens projetadas na mente de uma criança, é interesse e bem explorada. O mesmo vale para o relacionamento de jovem Cody com os novos pais. O jeito que ele se refere à nova mãe, primeiro pelo sobrenome, dias depois chamando pelo primeiro nome e só depois usando a palavra “mãe”, é sutil e bem pensado. A relação com o pai também é orgânica e funciona em tela.

O-Sono-da-Morte

O trio principal de atores sabe impor personalidade àquelas figuras. Kate Bosworth (a Lois Lane de Superman: o retorno) demostra a perturbação, carinho e sobriedade. Thomas Jane é bem mais contido, porém na toada que o personagem pedia. Ele dá uma certa consciência essencial à coisa toda. Sem o mesmo vigor que em O Quarto de Jack, Jacob Tremblay vai muito bem. O promissor Tremblay sustenta tanto as cenas casuais na escola, quanto os momentos mais dramáticos. Sem dúvidas que esse garoto tem potencial.

Tendo em vista o filme como um todo, os problemas, no entanto, gritam mais. A entidade que atormenta o menino não é tão assustadora e o desenrolar é extremamente óbvio. A parte investigativa, proposta por um dos personagens, é conveniente ao máximo, tendo problemas de roteiro e edição. O primeiro arco é longo demais e o último enfraquece consideravelmente a trama. Quando a coisa é revelada perde-se força narrativa.

No fim das contas, O Sono da Morte, soa piegas e decepcionante. O desperdício de bons atores e uma boa premissa em prol de um melodrama não cativa. Se acreditasse mais no terror e explorasse o ambiente que poderia sair da lógica daquele universo, o resultado poderia ser melhor. O longa não é ruim, mas deixa um gosto agridoce pelo o que poderia ter sido.

 

  • Atuação
  • Roteiro
  • Direção
  • Montagem
  • Design de produção
2.6

Resumo

O Sono da Morte, soa piegas e decepcionante. O desperdício de bons atores e uma boa premissa em prol de um melodrama não cativa. O longa não é ruim, mas deixa um gosto agridoce pelo o que poderia ter sido.

Deixe seu comentário