Crítica: Boneco do Mal (The Boy, 2016) - Cinem(ação): filmes, podcasts, críticas e tudo sobre cinema
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Crítica: Boneco do Mal (The Boy, 2016)

Boneco do Mal pode ser encarado como suspense, terror ou comédia…

Ficha técnica:
Direção: William Brent Bell
Roteiro: Stacey Menear
Elenco: Lauren Cohan, Rupert Evans, James Russell, Jim Norton, Diana Hardcastle
Nacionalidade e lançamento: EUA, 2016 (18 de fevereiro de 2016 no Brasil).

Sinopse: Greta Evans é contratada como babá em outro país. Mas a criança na realidade é um boneco. Coisas estranhas começam a acontecer. Ela estaria louca ou o boneco de fato guarda um espírito maligno?

Boneco-do-Mal

Boneco do Mal, cujo título original é conciso: The Boy, estreou no Brasil em fevereiro, levando mais de 300 mil espectadores aos cinemas. O longa agora se encontra no catálogo da Netflix. O filme tem dois grandes problemas: o abuso dos clichês e uma premissa questionável. Se a tua capacidade de relevar essas questões for ativada, Boneco do Mal te garante um suspense/terror digno.

Uma protagonista que tem que se abrigar em um casarão meio sinistro. Uma região isolada, sem vizinhos perto. A comunicação e diversão reduzidas. Uma família com tradições estranhas e um passado nebulosos, algo também presente na personagem principal. Temos, portanto, como falei, vários elementos reciclados de muitos outros longas.

Poucos personagens povoam a trama, o que é bom. Greta Evans (vivida pela boa Lauren Cohan de The Walking Dead) é uma jovem adulta que arranja um emprego em outro país para fugir de algo que a atormenta. O senhor e senhora Heelshire são um rico casal já idoso que mantém um boneco como se fosse o filho – inclusive estabelecem uma série de regras de convivência com ele. Malcolm é um rapaz que entrega compras para o tal casal, obviamente que ele vai se interessar por Greta – isso não é spoiler, na primeira cena já vemos uma certa tensão sendo construída. Alguns secundários que servem para situações bem pontuais fecham a lista de personagens.

Mas sem esquecer do nosso integrante mais estranho: o boneco. Segundo os “pais” dele, o boneco gosta de ouvir música alta, escutar histórias e receber beijo de boa noite. Pelo menos é assim que os donos da casa o descrevem. Contudo, o inofensivo boneco começa a se movimentar e cometer pequenas travessuras. Seria de fato ele ou apenas coisa da cabeça de Greta?

 

Boneco-do-Mal

O mérito de Boneco do Mal está no desenrolar desse mistério. Nunca vemos o ponto de vista do boneco. E as aparições dele, mesmo parado – com “cara de boneco”, causam uma sensação de algo errado. O diretor William Brent Bell não se aprofunda muito em trabalhar esse sentimento no espectador. Dificilmente alguém ficará com medo aqui. A falta de inteligência dos personagens e as situações improváveis acabam por fazer sobressair um quase sentimento tragicômico. Apesar de ser curto, o ritmo é lento. Só no último ato a coisa acelera, aí até demais. Esse descompasso também em nada contribui.

A trilha é boa, mas genérica. A fotografia, design de produção, maquiagem e figurino não comprometem, porém não entram exatamente na definição de memorável. O filme Boneco do Mal não é marcante. Chupa elementos de um clássico, mas de forma deslocada – funciona, porém fica um pouco torto. Tem um premissa difícil de engolir, contudo pode divertir e causar alguma tensão e até uns sustinhos. Talvez seja melhor gastar o tempo com, também deste ano, Boa Noite, Mamãe ou Invocação do Mal 2. Ainda assim não é tão ruim quanto boa parte da crítica o tem pintado.

https://www.youtube.com/watch?v=d1mlNhBkztY%20

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