Crítica: Toast (2010) - Cinem(ação)
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Crítica: Toast – A História de uma Criança com Fome (2010)

Toast – A História de uma Criança com Fome é lindo, mas é um drama e já aviso: dá fome.

Direção e roteiro: S.J. Clarkson / Lee Hall e Nigel Slater

Elenco: Oscar Kennedy, Helena Bonham Carter, Freddie Highmore, Victoria Hamilton e Ken Stott

Nacionalidade e lançamento: Reino Unido, 2010

Sinopse: Nigel (Oscar Kennedy e Freddie Highmore) sempre teve fascínio pela culinária, mas sua mãe (Victoria Hamilton) não era nada prendada na cozinha. Após sua morte, o pai de Nigel (Ken Stott) contrata uma empregada que é cozinheira de mão cheia, vivida por Helena Boham Carter, que disputará com Nigel a atenção do pai e os dotes culinários.

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Confesso que estava protelando há meses para assistir a este filme. Não sei o porquê, simplesmente gostei da imagem do cartaz na Netflix e selecionei para ver mais tarde. Esse “mais tarde” quase fez aniversário.

Toast é um filme que engana. Começa super leve, até bem-humorado, com Nigel ainda criança em uma mercearia, escolhendo mantimentos para a casa. O garoto é frustrado pois sua mãe é prática (e ruim de fogão) e compra tudo enlatado – seu maior sonho é poder comprar alimentos frescos e preparar receitas deliciosas. Até aí, tudo bem. A trama realmente começa a se desenrolar a partir da doença da mãe, da frieza do pai – que não é nada sentimental, e tudo é tratado com a maior delicadeza do mundo. Fazia tempo que eu não via um trabalho tão bacana sobre inserções de picos em longa, ou seja, em cada “parte” do filme somos impactados por alguma cena comovente.

Só que, como já se sabe, a mãe de Nigel morre e só restam na casa o pai distante e a criança com fome de comidas maravilhosas. O pai então resolve contratar uma empregada (a louca da Helena, que neste papel é tão louca quanto as outras, só que mais sutil) e ela se revela uma super cozinheira. Nigel fica com ciúme (aquela coisa de criança que perdeu a mãe) e começa a competir – porque sim, a história não é nada menos nada mais que a vida de um chef famoso.

Ahá – eu não ia contar isso agora, tinha pensado em deixar para o final. Mas, se assim como eu, você é fã de gastronomia e histórias de chefs e suas cozinhas, com certeza vai ficar ainda mais interessado neste longa. Por favor, assista!

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Mas, continuando. Sobre a história: não tem spoilers, o que eu contei está na sinopse de qualquer lugar que você procurar. Juro que o final vai valer a pena.

Já na parte técnica podemos observar uma INFINIDADE de detalhes, são tantos, mas tantos, que esse filme me conquistou demais, e foi muito além do roteiro. A fotografia, figurino, edição e trilha sonora estão totalmente alinhados, e é praticamente impossível não ser fisgado pelos personagens. Nigel criança (que é interpretado por Oscar Kennedy) é maravilhoso. Sutil até em cenas “desconfortáveis”, o pequeno já se mostra um ator nato. Sua versão “adolescente/jovem adulto” interpretado por Freddie Highmore já deixa um pouco a desejar, principalmente em cenas que exigem mais interação humana e afeto – nananinanão, assista porque eu não vou dizer qual é. Quem dá a vida ao pai de Nigel é Ken Stott – que cumpre seu papel como pai chato, introvertido e exigente – mas quem realmente chama a atenção é a nossa ‘kirida’ Heleninha. É impressão minha ou ela tem aquele elemento “Johnny Depp” que em todo filme ela é ELA. Entendem o que quero dizer? Não estou questionando se ela é boa atriz ou não (de fato, é), mas existe algo super peculiar nela que não a deixa ser totalmente uma personagem comum em um filme comum.

Enfim, sem mais delongas, Toast dá fome. Se você – também assim como eu – é daqueles que se deixa influenciar (juro, aconteceu comigo em Julie & Julia e Ratatouille), com certeza vai sair do sofá rezando para ter ingredientes suficientes na geladeira e fará qualquer receita que lembrar de cabeça.

Ah, e não esquece a pipoca. Afinal de contas, o filme é sobre COMIDA e você vai ficar com FOME.

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