Crítica: Deadpool
Deadpool é, além extremamente cômico, um dos melhores filmes do gênero.
Ficha Técnica:
Direção: Tim Miller
Roteiro: Rhett Reese e Paul Wernick
Elenco: Ryan Reynolds, Ed Skrein, Morena Baccarin, T.J. Miller, Brianna Hildebrand, Greg LaSalle
Sinopse: Wade Wilson é diagnosticado com câncer terminal. Ele recebe uma oferta inusitada para conseguir tratar a doença. As coisas saem do controle e ele acaba se tornando o anti-heroi Deadpool, que tem como objetivo se vingar daqueles que lhe fizeram mal.
A história é muito simples, Wade Wilson se envolve com Vanessa. O relacionamento deles vai bem – parece que nasceram um para o outro. Contudo um infortúnio acontece: ele descobre que tem vários tipos de câncer. Um desconhecido misterioso oferece uma proposta de não só curar a doença, mas de dar poderes de super-heroi para Wade. As coisas não saem como previsto e Wade/Deadpool decide se vingar, enquanto tem que lidar com questões no relacionamento, devido à nova forma (a pele dele ficou desfigurada). Agora o como nos é apresentada a trama é que torna tudo um grande espetáculo que vale (e muito) o ingresso.
A quebra da quarta parede, onde Deadpool conversa com o público, é utilizada várias vezes. Ironia e uma desvirtuada na linearidade, além de uma certa onisciência e do fato dele não ser exatamente um heroi, tornam Deadpool quase um personagem machadiano, notadamente Brás Cubas (com a diferença que este está morto e aquele é praticamente imortal).
O primeiro arco do filme entra no hall dos mais engraçados que eu já vi. Há uma cena envolvendo o Colosso e o Deadpool em uma ponte que é piada em cima de piada, teu corpo sequer ousa cogitar se recuperar e lá vem mais, ou seja, gargalhada garantida. A primeira cena já tem várias referências brincando com o nome e a função dos envolvidos no filme, além de easter eggs nas imagens (alguns nem tão escondidos assim). O início do longa funciona bem muito devido à edição. Não ter uma história linear possibilita contar uma história diferente das demais obras do gênero, e mesmo quando cai no clichê este ironizado a todo momento aqui.
Outro ponto forte são as referências. Há citações a vários assuntos: música, filmes, personalidades, além de metalinguagem com o mundo dos herois e o próprio filme em si (há uma sacada envolvendo uma conveniência com os x-men que é muito boa). Além da diversão em si, esse é um fator que faz com que a gente se sinta atraído para ver novamente o longa, já que é um tanto complicado pegar todas as referências de primeira.
A trilha sonora foi muito bem escolhida. Alternando músicas com batidas aceleradas e outras mais suaves e até românticas (claro, mais um motivo de piada para o no protagonista). A música no pós-créditos também encerra bem o filme, aliás soa quase redundante o aviso, mas fiquem para as cenas após subirem as letrinhas. Há duas falas do Deadpool que praticamente resumem os pontos positivos do filme.
Quanto às atuações e personagens temos bons e maus momentos: Ryan Reynolds está impagável e segura muito bem tudo que é solicitado. Além do Deadpool alguns outros personagens são bem carismáticos como o amigo de Wade , o barman Weasel (interpretado por T.J. Miller) e o X-men Colossus. Ambos engraçados, por motivos bem diferentes. A Vanessa (Morena Baccarin) faz uma ótima dobradinha com Wade, principalmente no começo do filme. Os vilões mais uma vez decepcionam e, tanto personagens quanto atores, enfraquecem o longa.
Infelizmente nem tudo funciona. Alguns personagens são colocado na trama de uma forma estranha (como o recrutador que faz a oferta para o Wade) ou sem muita justificativa. Além disso tem-se a impressão de que eles são apenas funcionais (como a Negasonic Teenage Warhead, a parceira do Colosso). Ela basicamente está lá para o Deadpool fazer umas duas piadas e para usar os poderes em uma luta.
O roteiro, como falei, não tem grandes plots, dificilmente alguém dará um grande spoiler. Tem cenas são previsíveis, o mesmo acontecendo com algumas piadas. O que é uma pena já que um personagem tão carismático em um filme tão bom merecia uma história mais encorpada na telona. Sobre o humor, muito bom em boa parte do longa, tem hora que fica um tanto repetitivo e tem uma cena envolvendo desenhos que virou galhofa demais (mesmo considerando o tom do filme).
Para terminar com um tom positivo, e não ficarem com uma impressão ruim, dá pra dizer que o humor e ação estão na medida certa e compõem um dos melhores filmes de super-heroi que eu já vi, mesmo o Deadpool não sendo um heroi em sentido estrito (aliás ele faz questão de frisar isso algumas vezes). Filme para ver no cinema e com a sala cheia (a diversão com a galera será garantida). Quando estreia Deadpool 2 mesmo?