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Crítica: Simplesmente Acontece

Ficha Técnica

Direção: Christian Ditter

Roteiro: Juliette Towhidi

Elenco: Lily Collins, Sam Claflin, Tamsin Egerton, Christian Cooke

Nacionalidade e Lançamento: Reino Unido, Alemanha, 2014

Sinopse: Alex e Rosie são dois amigos de infância inseparáveis, que precisam enfrentar a distância quando Alex decide estudar em Boston. Embora a vida traga segredos e amores para os dois, a ligação entre eles continua a mesma.

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Sinto falta dos antigos filmes de romance. É muito difícil encontrar filmes comparáveis a alguns clássicos, como “Uma Linda Mulher”, “Cidade dos Anjos” ou “Meu Primeiro Amor”. Claro que alguns filmes mais atuais se destacam e ganham críticas muito positivas, mas já não são tantos como antes. As produções acabam se adaptando conforme a época em que vivemos e isso não deveria ser um empecilho para criar uma grande obra. “Simplesmente Acontece” (Love, Rosie) fica no meio termo: possui muitos elementos bons, mas peca no próprio enredo.

Baseado em um romance de 2004 escrito por Cecilia Ahern (Where Rainbows End), o longa começa tratando da amizade de duas crianças, Alex (Sam Claflin) e Rosie (Lily Collins). Desde a infância até a juventude ambos são inseparáveis. Segredos, sonhos e pensamentos são compartilhados, sem medo de julgamento. Porém, por algum motivo cruel a vida decide separá-los, e Alex muda de país para estudar medicina. Rosie precisa continuar no Reino Unido, e assim se dá início a uma cascata de problemas e obstáculos que os dois jovens terão que enfrentar. Novos amores surgirão, casamentos, famílias e até antigos amores. Mas a ligação entre eles continua sempre forte, e o destino senta em uma cadeira para assistir de camarote toda aquela confusão.

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Embora o filme seja recheado de clichês, também encontramos alguns elementos menos usuais. O desenrolar da história começa muito bem, mas se perde completamente no meio do filme. A produção começa segura, mas no meio do caminho parece que fica insegura. Sabe quando você diz “chega, já deu”? Pois é exatamente assim que me senti da metade para o final do filme. São muitas reviravoltas que acabam por deixar o espectador cansado. Quando as coisas começam a ficar muito forçadas, a gente sente que é o momento de dar um ponto final na história. Surpreendentemente, o final previsível consegue salvar um pouco, e confesso que até caíram umas lágrimas por aqui. Mas como é uma adaptação, não me cabe opinar somente sobre a história, pois não li o livro.

Deixando os problemas com o enredo de lado, os atores foram muito bem escolhidos para os personagens. É possível sentir a química entre Collins e Claflin de longe, e eu torci o tempo todo para os dois ficarem juntos, quem sabe até na vida real. Já vi tantos filmes em que os atores são sem sal ou não combinam em nada, como “Será Que?” e “Cinquenta Tons de Cinza”, que esse assunto merece até um post. Quando me deparei com a química desse casal, fiquei bastante surpresa. Não consigo imaginar outros atores para a interpretação do casal principal.

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Outros pontos positivos do filme são a trilha sonora e a direção de arte. Podemos dizer que o filme é extremamente profissional e bem trabalhado nesses dois aspectos. A trilha é atual e jovem, combinando perfeitamente com o estilo do filme e o público ao qual ele quer alcançar. A direção de arte também fez um bom trabalho, pois é um longa bonito e delicado de se ver, com cenas bem filmadas e produzidas.

Infelizmente, com um enredo que poderia ser melhorado, o filme deixa um pouco a desejar. Se você é viciado em romances ou algo do gênero, vale à pena assistir e tirar suas próprias conclusões, afinal não é um filme ruim e acaba por ser bastante bonito. Mas se você não curtir filmes desse tipo, eu não aconselho. Você só vai assistir mais um romance voltado para jovens, que pode tornar os próximos 102 minutos um tanto tediosos.

  • Nota Geral
3

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