Crítica: Questão de Tempo
Estrelado por Domhnall Gleeson, Rachel McAdams, Bill Nighy, Lydia Wilson, Lindsay Duncan, Richard Cordery e Joshua McGuire. Dirigido e Escrito por Richard Curtis, que fez muitos episódios do Mr. Bean, Questão de Tempo (“About Time”) chegou aos cinema no dia 20 de dezembro de 2013.
Questão de Tempo, conta a história de um garoto que no seu aniversário de 21 anos, descobre que tem um poder de viajar no tempo, porém não para o futuro, apenas do presente para o passado. Este poder é passado apenas para os homens da sua família. Com as instruções de seu pai, ele resolve usar o poder para arranjar uma namorada e assim construir uma vida cheia de amor e conquistas.
Em Junho de 2014, nossa autora Iole Melo, escreveu um artigo muito legal sobre Questão de Tempo onde fez uma reflexão entre a realidade e a fixão, então antes de ler esta crítica, sugiro ir lá e conferir o texto dela.
Questão de Tempo é um filme que expõe 2 realidades para mim. A primeira é Domhnall Gleeson, o ator que surgiu forte em Harry Potter como Bill Weasley, e que recentemente fez o General Hux em Star Wars: The Force Awakens, é um ator de grande potencial, não só pela veia artística, mas também pela diversidade. Domhnall tem se mostrado muito eclético, e em Questão de Tempo ele reforça isso, fazendo um garoto tímido, engraçado, e apaixonado. Convincente e muito íntimo. A outra realidade é Rachel McAdams. Atriz linda, com uma veia muito forte para comédia-romântica, e esta aí o seu ponto forte. Rachel tentou ir para o drama, comédias, e até terror, mas onde a atriz reina é nas comédias-românticas. Faz a personagem com realidade, firme, engraçada e encantadora. Firme o seu pé aí Rachel.
O filme traz outro ator muito bom, Bill Nighy, que já tinha mostrado que sabe navegar bem em águas românticas fazendo papel secundário quando fez Simplesmente Amor.
A premissa do filme é interessante, mas ela esbarra muito em clichês e as vezes no ritmo. No começo, o filme tem uma toada legal, pois vamos caminhando junto com Tim (Domhnall Gleeson), ou seja, descobrimos o poder, o primeiro amor, as frustrações, a busca por um amor, e tudo isso é muito legal de ser acompanhado. Da metade do filme em diante o filme perde um pouco do ritmo. As descobertas diminuem, a repetição toma conta, e muitos dramas ganham um ar pesado, quando na verdade não tinham sido apresentados, ou seja, perdem a importância.
Apesar desses problemas, Questão de Tempo traz em si uma filosofia, um questionamento que é muito interessante, principalmente em sua conclusão, quando o personagem fiolosofa justamente sobre o tempo, sobre aproveitar o momento. Sim é bastante mastigado e as vezes é até clichê, mas a mensagem é dada e recebida com carinho.
Questão de Tempo se beneficia muito da fotografia, é um filme com luz, com sol, com sombra, com riso e com choro, e a imagem acompanha cada momento. A trilha acaba deixando tudo muito mais leve, e isso é um problema quando o filme tenta emplacar algum assunto mais sério, pois além de de atropelar um pouco a história central, que seria Tim procurando o verdadeiro amor, o filme começa querer discutir o amor de uma forma mais ampla e as vezes tropeça nisso. Soma-se a isso, a trilha, que da a emoção necessária, mas sempre com um tom mais leve do que o necessário.
Podemos observar que Questão de Tempo é um filme leve, com uma mensagem nítida, e que nos abraça em um domingo chuvoso. Porém não funciona quando tenta apertar um pouco mais no drama. Ele também firma as 2 realidades que apontei no começo, porém escancara a falta de tato do Diretor Richard Curtis, que atua muito mais forte como roteirista. Acho que aí faltou um pouco de habilidade em desenvolver melhor os personagens, e dar mais peso para o drama que iria fechar a história.
De qualquer forma, Questão de Tempo é um bom filme. Cumpre seu papel e entrega ao expectador o suspiro da comédia-romântica com uma pitada de filosofia.