Crítica: Le Magasin des Suicides - A Pequena Loja de Suicídios (2012) - Cinem(ação): filmes, podcasts, críticas e tudo sobre cinema
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Crítica: Le Magasin des Suicides – A Pequena Loja de Suicídios (2012)

Era uma vez um mundo em que as pessoas não se importavam mais com a morte. Na verdade, elas se importavam demais: queriam morrer e para isso, procuravam uma loja especializada em suicídios.

A animação com direção e roteiro de Patrice Leconte já começa mórbida apenas pela temática escolhida. Suicídio. Morte. Tristeza. Pessoas amargas, infelizes com seus trabalhos, relacionamentos e cheias de preocupações. Afinal, por que não dar um fim nisto tudo? A problemática do longa está em uma única questão: a proprietária da loja engravida de seu terceiro filho, o caçulinha, que vem ao mundo… Sorrindo e cheio de alegria.

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Depois do nascimento de Alan, os pais Mishima e Lucréce se veem em uma situação bastante intrigante. Ninguém da família Tuvache jamais sorrira. Apenas o caçula era capaz de rir e alegrar pessoas que entrassem na loja, o que era um tanto arriscado, pois era uma maneira de “perder clientela”.

Mesmo assim, o longa se desenrola com detalhes que fazem toda a diferença. A loja vende todos os tipos de artigos para mortes específicas. Cordas, venenos, espadas, armas de fogo e tantas outras opções que realmente “ajudam” no processo de suicidar-se. Em uma das primeiras cenas, um personagem tem o desejo de se matar apenas atravessando uma rua movimentada, esperando ser atingido por um carro. Um outro personagem o aborda antes que isso aconteça, mas o adverte de que morrer em vias públicas é proibido e é passível de uma senhora multa (se ele sobrevivesse, teria de pagar; caso contrário, a família pagaria). Neste momento é que se descobre a Pequena Loja de Suicídios.

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As cores usadas mostram tanta tristeza que é impossível não sentir algo, assim como as músicas, em que os personagens cantam seus temores e desabafam sobre seus sentimentos sombrios. As conversas entre eles questionam a liberdade de escolher entre viver ou ingressar ao mundo dos mortos. A cada minuto a história fica cada vez mais envolvente, de uma maneira muito “a la francesa” de fisgar e prender a atenção do espectador.

O fim é totalmente inesperado e inacreditavelmente arrebatador. Pessoas que tiveram experiências com a morte, com a depressão ou que já se sentiram presos em mentes sombrias vão adorar este filme. Eu garanto.

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