ROCHA)S( #13 - Olhares cinematográficos entre Brasil e Argentina
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ROCHA)S( #13 – Olhares cinematográficos entre Brasil e Argentina.

Bradam por aí que o cinema argentino é melhor do que o brasileiro. E essa afirmação realmente é verdadeira? Mas, o que é “ser o melhor”?  A subjetividade torna o discurso questionável.

 

Essa predileção pelo cinema argentino tem sido recorrente na cena cinematográfica. Sustentada pelos mais diferentes e vulneráveis argumentos, cinéfilos e críticos de todo mundo deram a cinematografia dos nossos hermanos, um status cult de prestígio.

 

Claro que, antes de qualquer discussão e juízo de valores contras ou à favor, é recomendável, no mínimo, ter a consciência de que quando se compara a cinematografia de dois países, coloca-se na balança não apenas seus modos de “fazer cinema”, mas toda uma conjuntura social, econômica e histórica.

 

E essas peculiaridades são perceptíveis ao longo de todo processo histórico de ambos. É só voltarmos ao ano de 1990 quando a produção cinematográfica brasileira foi interrompida, durante o governo Collor, enquanto o cinema argentino iniciava seu boom de produção, ganhava corpo e preparava território às futuras indicações, e premiações pelo mundo.

 

O continuísmo deu ao cinema argentino dois importantes pilares para a consolidação do que hoje ele representa. Uma identidade cinematográfica, oriunda da relação direta entre a narrativa e o público; e a criação de fundos de financiamento que favoreceram sua produção.

 

A sagacidade do governo argentino fez com que, eles se “aliassem” aos sucessos de Hollywood, garantindo a diversidade das exibições e ao mesmo tempo protegendo o cinema local do monopólio estrangeiro, ao cobrar uma sobre taxas nas ocupações de outros filmes.
Já a criação de leis brasileiras de proteção e incentivo ao cinema acompanhou o ritmo gradual da nossa retomada. Seria a nossa burocracia mais “eficiente” do que a do governo argentino? Até que ponto essa intervenção estatal é saudável para a arte audiovisual?

 

A narrativa como prioridade é outro argumento utilizado para enaltecer o cinema argentino. Eles são ótimos narradores, o enredo é bem amarrado, os personagens densos e bem construídos. Mas, o cinema brasileiro também possui um leque diversificado de ótimos roteiristas, grandes atores e clássicos imortalizados.

 

Linha de produção, políticas públicas, variação temáticas. O cinema brasileiro – assim como toda escola cinematográfica – ainda possui amarras e muitos caminhos a serem desbravados, mas não é uma conta justa, com tantos fatores distintos em jogo, não levar em consideração um cinema autêntico, conceitual e com identidade
própria que é realizado e está em franca explosão.

 

“À primeira vista, um olhar pode parecer sobressair mais que o outro. Mas no fundo, cada olhar é indefinido, é além…” 

Para ver essa arte, outras ilustrações, foto-montagens, colagens, e conhecer o trabalho da Adriana Lisboa:

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