Crítica: A Ilha do Medo
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Crítica: A Ilha do Medo

Sou exigente quando o assunto é classificar um filme na escala de 0 a 5 estrelas. Mas hoje escolhi falar de um filme que, se possível, merecia muito mais que 5 estrelas. Para quem já viu “A Ilha do Medo” (Shutter Island, 2010) sabe muito bem do que estou falando. Na minha opinião, é o melhor trabalho do DiCaprio até hoje. Difícil falar isso, já que aprecio muito a atuação dele, mas aqui ele consegue superar ainda mais as expectativas.

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Quando Edward Daniels (Leonardo DiCaprio) e Chuck Aule (Mark Ruffalo) são chamados para investigar o desaparecimento de uma paciente no Shutter Island Ashecliffe Hospital, que foi internada por ter afogado seus três filhos, eles descobrem que os médicos estavam agindo sem ética e realizando experimentos proibidos nos pacientes. O psiquiatra chefe do hospital se recusa a revelar antigos arquivos, tornando a investigação mais difícil para o detetive e seu companheiro. Além disso, o psiquiatra responsável pela desaparecida paciente está em férias. Tudo parece ir contra a investigação, quando um furacão atinge as redondezas e corta a comunicação da ilha, tornando impossível para os detetives saírem da mesma.

As coisas tornam-se ainda mais inquietantes quando Daniels consegue entrar na ala onde ficam os pacientes mais perigosos. Posso assegurar que “A Ilha do Medo” não é um terror. É um suspense regado com drama, onde o protagonista sofre o tempo todo de dores de cabeça, visões e lembranças de seu passado. Sim, você vai levar sustos. E se você for igual a mim, provavelmente ficará com medo durante o filme todo. Mas te garanto que o final vale a pena. Meu coração batia aceleradamente quando a história começou a ser explicada, quando tudo começou a fazer sentido. É muita adrenalina!

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DiCaprio incorpora o personagem de maneira fantástica. A angústia de Daniels e a sede de resolver o caso nos contagiam até os últimos minutos. Você consegue entrar na pele do detetive, e passa a se questionar, naquele manicômio, até onde uma pessoa é considerada insanamente louca. A loucura seria algo relativo? Mas afinal, o que é a loucura? E a maior questão que o filme me proporcionou: o louco sabe que é louco? Ou nada daquilo parece anormal para ele? São tantos os pacientes “loucos” apresentados durante o filme que essas questões surgem uma hora ou outra.

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Um filme tão incrível, com atuações impecáveis e roteiro sem furos provavelmente condiz com um diretor aclamado. Martin Scorsese foi o grande responsável pela direção desse prestigiado filme, e não podíamos esperar menos. Muita neblina, muita angústia e muita incerteza fazem parte do enredo. A história se encaixa perfeitamente. Os personagens são cheios de personalidade, e não consigo imaginar outras pessoas nos papéis de Daniels e Aule. A sintonia de DiCaprio e Ruffalo é completa.

Se você ainda não assistiu, não perca tempo. Foi difícil escrever essa crítica sem dar spoilers, mas para assistir esse filme é essencial que não haja spoilers. O filme todo é uma surpresa e os 138 minutos valem a pena.

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