Crítica: Lunchbox
Para além da indústria cinematográfica de Hollywood ainda existe muito talento e pouco incentivo. Hoje, trataremos de falar sobre o filme indiano “Lunchbox”, lançado em 2013.
Quando assisto a este tipo de filme fico sempre pensando o quanto as produções norte-americanas dominam os cinemas brasileiros. Frequentemente, é necessário recorrer aos pequenos cinemas de bairro ou itinerantes, para que se tenha acesso às “pequenas” produções de outros países. Felizmente, nos últimos anos alguns países tem conseguido emergir neste concorrido mercado, como é o caso da indústria indiana, argentina, francesa, etc.
Lunchbox é um filme sensível e bem diferente do esquema hollywoodiano. O ritmo é mais lento e mais humano, fato que facilita a identificação do telespectador com as emoções e os pensamentos dos personagens. Dirigido por Ritesh Batra, o longa-metragem conta a história de Saajan (interpretado pelo mundialmente famoso Irrfan Khan – “Quem quer ser um milionário?”[2008] e “As aventuras de Pi” [2012]), que está prestes a se aposentar do seu trabalho. Paralelo a este personagem, está Ila, uma jovem esposa que se percebe em um casamento infeliz, sempre tentando atrair a atenção do marido.
O filme mostra parte da realidade da Índia, que pode se apresentar bem diferente da brasileira. Por exemplo, os “dabbawala”, uma profissão comum em Mumbai que consiste em carregadores levando as marmitas feitas pelas esposas indianas para seus maridos no trabalho. Por uma falha destes transportadores, Saajan recebe a comida de Ila. Ele adora a comida e ela sente-se feliz por acreditar que o marido tinha comido toda a refeição. Após perceber que alguém – que não é seu marido – está recebendo a refeição que prepara, Ila envia uma carta dentro do suporte de transporte do alimento. A partir deste momento, ambos começam a trocar mensagens e a história se desenvolve, suas vidas mudam pouco a pouco.
Por isso, se você está procurando uma experiência diferente em filmes, vale a pena investir algumas horas da sua semana em “Lunchbox”. O filme possui algumas tiradas cômicas, como o candidato a ocupar a vaga de Saajan quando este se aposentar. Estes detalhes dão um toque alegre à história. Outro ponto interessante é a trilha sonora, mantendo-se por boa parte do longa apenas com o som ambiente, o que pode dar uma sensação de estranhamento no início, mas que se encaixa perfeitamente ao estilo de “Lunchbox”.
Nota Final: 4 estrelas!