Cursos artísticos fora do eixo RIO-SP, “Descola’ aí, por favor!
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Cursos artísticos fora do eixo RIO-SP, “Descola’ aí, por favor!

“Dos 23 anos que carrego nas costas, 22 morei em Salvador e apesar de alguns pesares (que pesam) me orgulho muito disso”. 

(…) Só a uma casa de chegar aos 20, quando comecei a me enveredar pelo entorpecente de nome Arte, meu imaginário ruiu e vi que o berço da cultura brasileira não era aqui – como me venderam e eu ingenuamente comprei – senti na pele o apartheid cultural por não ser morador da Zona Sul e seu famoso eixo Rio – São Paulo.

Fazer um curso independente do seu viés artístico (cinema, roteiro, teatro, TV, literatura…) em terras soteropolitanas é uma árdua tarefa de caça. A procura é longa, o período é curto e o investimento um abatedouro.

Não que a cidade não tenha profissionais competentes pra isso. A raiz da infertilidade está na falta de investimentos estatais/privados e na inexistência do hábito, o que reflete diretamente naquela implacável lei capitalista da oferta e da procura e na expressão romana ‘Dai a Cesar o que é de Cesar’ (ou o que convém que a ele se dê).

Os cursos viram oficinas relâmpagos de três meses, a prática se perde nas longínquas teorias introdutórias, e no final das contas compramos uma unidade aqui a preço de um ano letivo lá.

 

– Toma lá da cá, sem troco! 

 

Será que nós – órfãos dos quatro cantos do mundo e dos estúdios de televisão – estamos condicionados (e devemos aceitar com parcimônia essa sentença) a de fazer o fluxo migratório um episódio permanente da nossa história?

 

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Eis que entre postagens diversas, selfies de gosto duvidoso e legendas pra lá de originais… O facebook me apresenta um curso sobre o cineasta espanhol Pedro Almodóvar. Vi que alguns ‘amigos’ haviam curtido e ardendo em curiosidade clico no link: Pedro Almodóvar: Labirinto de Paixões.

A oficina ministrada pelo professor e pesquisador em História e Estética do Cinema e do Audiovisual Pedro Maciel Guimarães, estava sendo oferecida no ‘Descola’. Precipitadamente, já com o tesômetro zerado, pressupondo que o curso não fosse ocorrer fora da ponte aérea, me permitir ler todo o enunciado e soube que o curso era pela web. Os olhos arregalaram, o tesômetro girou 180º e eu comprei aquelas paixões.

 

Labirinto de Paixões

 

 

(…) Fui conhecer mais a fundo a empresa que me descolou esse mergulho na obra de um dos maiores cineastas do mundo.

 

“A ‘Descola’ é uma escola desconstruída. As paredes de concreto caem por terra, a sala de aula é a tela do computador e o método é uma troca simultânea entre orientador e aluno”.

O sem fronteira da internet é usado com sapiência e faz reverberar um curso, que se aplicado no modo tradicional, teria seu alcance limitado.

A possibilidade de rever as aulas sem restrição de vezes e de ainda ter um material extra vídeo disponível faz o valor ead valer mais do que o valor in presença express.

 

Cinem (AÇÃO) + Descola = @griphosmeus

As paixões deram origem a uma parceria que dá aos leitores do Cinem(AÇÃO) um cupom de 20% de desconto na compra de qualquer curso no http://www.descola.org/.

E no embalo dessa parceria meu três próximos ‘griphos cinematográficos’ (a começar por esse) serão sobre o curso sobre o Pedro Almodóvar que eu fiz no Descola e seus ecos.

Os próximos ‘griphos’ serão sobre dois filmes do cineasta espanhol: “A Lei do Desejo” (1987) e “A Pele que habito” (2011).

 

descola-org

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