Crítica: A Culpa é das Estrelas
Vivemos em liberdade, caracterizada por uma democracia. Sempre que quero assistir um filme (o que acontece muito) tento levar minha namorada junto comigo. Algumas vezes ela vai, outras não. Mas os últimos filmes que ela assistiu (por livre e espontânea vontade) foram da minha escolha. Quando passamos na porta do cinema e vimos o cartaz de “A culpa é das Estrelas” (The Fault in Our Stars 2014 – dirigido por Josh Boone) indicando que em breve estaria em cartaz, ela se vira para meu lado dizendo algo semelhante a isto: “Eu li este livro, quero ver este filme, e você vai comigo. Os últimos filmes que assisti foi você quem escolheu, e agora você vai assistir este comigo”. Como vivemos em uma democracia, achei justo, apesar de NUNCA ter obrigado ela a ir a filme algum (o que faço questão de reforçar), e de muitas vezes eu ir sozinho ao cinema.
É claro que logo fui pensando: “Lá vou eu assistir um filme bobinho para meninas adolescentes e mulheres recém saídas da adolescência assistirem, choraram, ficarem emocionadas e acharem tudo lindo”. Porém, para este filme, o dia do “em breve” na minha cidade é o dia do lançamento nacional. Depois de ver que a direção do Cinem(ação) fez uma crítica positiva sobre o filme, e até um Podcast sobre o mesmo, pensei melhor e resolvi assistir de mente aberta. Afinal, estaria em alguma vantagem pois poderia avaliar o filme sob a ótica de quem não conhece a história, não tem ligação emocional e pode avaliar o filme mais seriamente.
Então, lá fui eu. Cheguei cético. Me sentia Anton Ego (o crítico de cozinha da animação Ratatouille), observando uma sala de cinema cheio de meninas adolescentes e mulheres recém saídas da adolescência (algumas com namorados, mas não tod
Subitamente, veio o problema… com poucos minutos de filme o protagonista (Augustus Waters) solta a sua própria razão de viver (ou, nas palavras dele, o que ele tem medo). Daí em diante a coisa desandou, o filme me conquistou e o ceticismo acabou. O motivo é simples: a razão de viver do personagem, e a minha razão de viver, durante muito tempo foi a mesma coisa. Em poucos minutos senti envolvido pelo filme e pela “magia do cinema” (na preguiça de procurar um termo melhor).
Me envolvi tanto que (vergonhosa
Inconformado por ter lacrimejado durante um filme (coisa que não acontecia desde Toy Story 3) comecei a pensar… afinal qualquer razão de viver de fácil compreensão e de fácil solução para adolescentes não deve ser uma questão que deve ser levada à sério. Ok… podem me acusar de estar distorcendo o filme, mas convenhamos: qualquer filme que tenha a capacidade de mudar a forma de uma pessoa pensar, deve ser assistido. Portanto eu recomento este filme, afinal de contas, ele pode ser libertador.