Crítica: Truque de Mestre
Louis Leterrier começou sua carreira como Diretor de Cinema com o filme “Carga Explosiva” (2002), filme se ação com um enredo teoricamente simples e sem muitas “firulas” (2005). Na sequência fez “Carga Explosiva 2”, para dar continuidade ao filme que estava lançando Jason Statham. Com o filme ganhando um pouco mais de notoriedade, foi chamado para dirigir “Cão de Briga” (2005) com Jet Li, mais um filme de ação para a conta do diretor, que mais uma vez cumpriu com seu dever sem grandes surpresas. Então chegou a vez de um filme grande, filme que iria colocar o diretor na rota de grandes produções, “O Incível Hulk” (2008), com Edward Norton e Liv Tyler, praticamente uma releitura de um dos personagens mais fortes da Marvel. O filme foi de uma certa maneira bem aceito pela crítica e Louis ganhou “Fúria de Titãs” (2010) de presente por seu trabalho. Porém, para mim, Loius Leterrier é um diretor que não se arrisca, ele acaba fazendo o feijão com arroz e isso o leva a vôos altos e baixos, mas nenhum dos filmes que fez foram aclamados pela crítica.
Neste ano, o diretor chegou com um “gênero” um pouco diferente dos outros, pois estava cada vez mais imerso em filmes de ação. Porém, Louis chegou aos cinemas com “Truque de Mestre” e sem dúvida o filme ganhou uma roupagem bastante misteriosa e de certa forma até lúdica. Pois para o filme Leterriercontava com Jesse Eisenberg, Mark Ruffalo, Woody Harrelson, Isla Fisher, Dave Franco, Mélanie Laurent e os grandes Morgan Freeman e Michael Caine. O roteiro veio das mãos de Boaz Yakin que escreveu também: “Príncipe da Pérsia – As Areias do Tempo”, “Dirty Dancing – Noites de Havana”, “Um Drink no Inferno 2” e “O Justiceiro”.
“Truque de Mestre” conta a história de um grupo de mágicos chamado The Four Horsemen que começam a praticar uma série de crimes em prol a uma “seita” chamada “O olho”. Com diversos truques e com personagens com características completamente distintas, o agente do FBI, Dylan Hobbs, é chamado para investigar os acontecimentos e consequentemente prender os criminosos. Ele conta com a ajuda de Thaddeus Bradley, uma espécie de “Mister M” que ajuda a desvendar as mágicas dos artistas.
Sem dúvida este filme era a chance de Louis Leterrier iniciar uma caminhada por uma estrada, porém ele esbarrou em dois problemas, o primeiro sem dúvida foi o roteiro. O filme é muito batido, conta com soluções muito previsíveis e pouquíssimas pensadas. Algumas sequencias que pode até lhe dar um de surpresa, tem um fechamento que você acaba pensando: “Ah é? Jura que era isso? Puts, que bobagem!”. Como por exemplo na sequência da fuga de Jack Wilder (Dave Franco), que tem um ótimo começo, eletrizante, mas sua conclusão é muito fraca e o pouco mistério que a cena cerca é certamente sem imaginação. Outro ponto que atrapalhou o diretor foi ele mesmo. Com um repertório todo voltado para filmes de ação, que muitas vezes tem soluções razas para problemas complexos, como por exemplo: “Precisamos entrar na casa do bandido e capturar a mocinha”, resposta “Ok, ele entra com uma arma e mata todo mundo”, Leterrier acabou ficando um pouco viciado nestas soluções bobas, e o filme que tem em seus trailers um ar muito mais misterioso, é fraco na questão de suspense.
Mesmo os atores são pouco explorados, e certamente é um filme que precisaria da mão do diretor para colher mais dramaticidade dos personagens. Porém, mesmo Morgan Freeman e Michael Caine fazem papéis simples, singelos e com características muito medianas.
O filme em si proporciona uma certa emoção no sentido da urgência, ou seja, precisar ser rápido para tentar fechar o caso, porém todas suas reviravoltas são pragmáticas e esperadas, ou seja, faltou realmente roteiro para o filme.
“Truque de Mestre” tem boas cenas de ação (o que era de se esperar devido o histórico de diretor e roteirista), e as mágicas são bem feitas pelos atores, porém são muito forçadas também, como na primeira cena de Jesse Eisenberg, quando seu personagem, J. Daniel Atlas, revela uma carta ao acender de janelas de um prédio. Muito grandioso para um mágico de rua, entende?
Enfim, “Truque de Mestre” foi um pontapé inicial para Louis Leterrier começar em outro gênero que não 100% ação. Vamos torcer para ele cresça ainda mais como diretor e que consiga firmar parcerias com bons roteiristas, assim sem dúvida, suas obras melhorarão.
Confira o trailer de “Truque de Mestre”:
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Nota: 2 Claquetes
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